O deputado estadual Jorge Picciani (MDB-RJ) deixou por volta de 19h30 o presídio José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio. Ele saiu em uma viatura da Polícia Federal.
O Supremo Tribunal Federal (STF) mandou nesta terça-feira (27) soltar o deputado, permitindo que ele fique em prisão domiciliar.
Picciani, segundo advogados, não utilizará tornozeleira eletrônica, mas será avaliado a cada dois meses. Se for comprovado que seu estado de saúde melhorou, voltará para o sistema prisional do Rio.
Preso desde novembro por crimes apurados na Operação Cadeia Velha – supostamente ele recebeu propina para atender interesses de empresários na Assembleia Legislativa do Rio – Picciani alegou agravamento de seu quadro de saúde na prisão.
De acordo com nota divulgada pela defesa, o estado de saúde do deputado “reclama manutenção de vigilância constante, para controle de possíveis infecções e complicações metabólicas”.
“A cadeia pública, seja ela qual for, é incompatível com a salubridade recomendada pelo perito federal criminal”, diz o texto da nota.
A defesa de Picciani apresentou laudos com quadro de câncer na próstata e bexiga, apontando condições inadequadas na cadeia para a saúde do parlamentar, que tem usado fraldas em razão de incontinência urinária.
“Independentemente da ação penal contra ele proposta, o paciente já se submeteu a quatro intervenções cirúrgicas na próstata. Última intervenção durou 12 horas. Usa 10 fraldas descartáveis por dia”, disse na tribuna o advogado Nélio Machado.
Relator da ação, o ministro Dias Toffoli concordou com o pedido e foi acompanhado do ministro Celso de Mello na sessão.
“Aqui não está em jogo ele ser parlamentar, mas sim uma questão de saúde, tanto que não se pede liberdade, mas sim prisão domiciliar”, disse Dias Toffoli.
“Se é permitido ao preso definitivo [a prisão domiciliar], a fortiori, com muito mais razão, ao preso provisório”, completou depois, lembrando o fato de o deputado ainda não estar condenado, mas em prisão preventiva.