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Moradores de Santo Antônio do Grama, na Região da Zona da Mata, estão apreensivos com o segundo vazamento detectado em menos de 20 dias no duto da Anglo American que passa pela cidade. Desta vez, o abastecimento não foi afetado, pois a Copasa já tinha alterado a captação de água, do Ribeirão Santo Antônio, que fica próximo à tubulação, para o Ribeirão Salgado. Mesmo assim, famílias temem que outros danos possam ocorrer caso haja mais rompimentos.
Dona de um hotel e restaurante na cidade, Laís Latine Gomes, de 31 anos, se diz desconfiada com a situação. “Dá muito medo. Garantiram que estava tudo certo e depois de 15 dias ocorre de novo. Dizem que fizeram a sondagem, mas não sabemos direito”, comentou. Segundo ela, a situação poderia ser ainda pior. “Não foi afetado o abastecimento, porque no primeiro (rompimento) fizeram a segunda opção de captação”, disse.
No dia 12 deste mês, a tubulação da empresa, que transporta a produção de minério de ferro de Minas Gerais para o Rio de Janeiro se rompeu na zona rural de Santo Antônio do Grama. Aproximadamente sete quilômetros dos rios Santo Antônio e Casca foram afetados pela polpa de minério (composta por 70% de minério e 30% de água) e o abastecimento de água precisou ser suspenso na região por três dias.
Uma funcionária do comércio na cidade, que preferiu o anonimato, também se diz com medo da situação. “A gente fica inseguro. O nosso medo é de ter problemas com a água novamente, e também dos danos ao meio ambiente”, afirmou. “Por enquanto, não fomos informados de nada nem pela empresa, nem pela prefeitura”, completou.
Férias
A Anglo American anunciou, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, que deve dar férias coletivas para seus funcionários em Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas. A medida é tomada depois do segundo vazamento num período de menos de 20 dias em tubulação do mineroduto em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata. O novo incidente ocorreu nesta quinta-feira à noite e levou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) a interditar mais uma vez as operações da mineradora – desta vez, por pelo menos 30 dias. As causas dos problemas ainda estão sendo avaliadas.