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Na última quarta, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, havia informado que Occhi e Casimiro eram os prováveis novos ministros.
As mudanças já estavam previstas, uma vez que vários ministros já haviam anunciado a saída do governo até o fim da próxima semana para disputar as eleições de outubro.
Por lei, ministros que queiram se candidatar precisam deixar os cargos seis meses antes da eleição, prazo que neste ano termina em 7 de abril.
Outra mudança será no Ministério do Planejamento. O ministro Dyogo Oliveira vai para o BNDES. Temer confirmou no domingo (1º) que o secretário-executivo Esteves Pedro Colnago Junior irá assumir a pasta.
Novos ministros
Atualmente à frente da Caixa, Occhi, que é da cota de indicações do PP, foi deslocado para a pasta da Saúde, até então ocupada pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR). No lugar de Occhi na Caixa, ficará Nelson Antônio de Souza, que, atualmente, é vice-presidente de Habitação do banco.
Occhi é servidor de carreira da Caixa Econômica Federal. Foi admitido na instituição financeira em 1980. Já ocupou o cargo de ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2015 e abril de 2016, e de ministro das Cidades, entre março e dezembro de 2014.
Valter Casimiro é o atual diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ele assumirá o comando dos Transportes no lugar do deputado Maurício Quintella (PR-AL), que concorrerá a uma vaga no Senado.
Nelson Antônio de Souza iniciou carreira na Caixa em 1979. Já ocupou os cargos de diretor-executivo de Gestão de Pessoas, chefe de gabinete da Presidência e superintendente nacional da Região Nordeste e do FGTS. Em 2014, assumiu a Presidência do Banco do Nordeste e em agosto de 2015 tomou posse como vice-presidente de Habitação da Caixa.
Prisões
As posses dos ministros e os próximos passos da reforma ministerial ocorrem em meio ao impacto causado no governo pelas prisões de amigos do presidente Michel Temer durante o feriado de Páscoa.
Na quinta-feira (29), a Polícia Federal prendeu, na operação Skala, o advogado José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República, e João Baptista Lima Filho, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo. Os dois são próximos do presidente. Eles foram soltos no dia seguinte, por decisão judicial.
Além deles foram presos na mesma operação: em Monte Alegre do Sul (SP), o empresário Antônio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos; em Ribeirão Preto, o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que em 1999 e 2000 foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos; em Americana (SP), Milton Ortolan, auxiliar de Rossi; e, no Rio de Janeiro, Celina Torrealba, uma das donas do grupo Libra.
A Operação Skala foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de propina. O presidente nega qualquer irregularidade no decreto.
A operação gerou no Palácio do Planalto um temor de que o presidente possa vir a ser alvo de uma terceira denúncia da Procuradoria Geral da República. As duas denúncias apresentadas no ano passado foram barradas pela Câmara.