Os professores da Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (EEMZA), voltam às aulas normalmente nesta terça-feira (03), 25 dias depois do início da paralisção da rede estadual em Minas Gerais. De acordo com a diretora da escola itabirana, Sheila Carla Costa de Souza, o impacto maior da greve atingiu os estudantes do turno da tarde, que deve o maior de número de professores parados. Os demais turnos, explicou a diretora, estavam tendo aula normalmente.
“Em virtude da paralisação os alunos do turno da tarde foram dispensados, ao contrário dos demais turnos, como da manhã e noite, que tiveram pouca adesão dos nossos professores, ao contrário do turno da tarde, quando tivemos maior adesão. Mas os professores estão retornando as atividades nesta semana, à partir desta terça-feira (03)”, justificou Sheila Carla.
A categoria cobra do governador Fernando Pimentel (PT) o cumprimento dos acordos assinados e o pagamento do piso salarial, e também pede o fim do parcelamento dos salários e do 13º e um atendimento de qualidade pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE), as propostas apresentadas pelo estado durante reunião de mediação realizada nesta quarta-feira (21) no Ministério Público não atendem às reivindicações já que “cria uma cláusula de barreira para os trabalhadores ao condicionar os reajustes ao desempenho e limites prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)”. Um termo de conciliação foi elaborado entre as partes, mas não foi aprovado pela assembleia.
Por ter extrapolado as despesas com o funcionalismo público, o governo de Minas Gerais está impedido pela LRF de conceder reajustes aos servidores estaduais. Segundo nota enviada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), “à exceção do reajuste do piso dos anos de 2017 e 2018, o governo de Minas Gerais cumpriu os itens do acordo assinado com a categoria em 2015, entre eles o pagamento de reajustes que aumentaram o salário inicial do professor de educação básica em 46,75%, passando de R$ 1.455,33 para R$ 2.135,64, para uma carga horária de 24 horas semanais”.
Em greve desde o dia 8 de março, os professores da rede estadual de educação decidirão em assembleia na próxima quarta-feira (04) pela continuidade da paralisação. O Via Comercial tentou falar com a diretoria de outras escolas da rede em Itabira, mas até o momento aguarda retornos.