A rede ferroviária francesa foi severamente prejudicada nesta terça-feira (3) por causa de uma greve contra as reformas trabalhistas do presidente Emmanuel Macron. A paralisação, que deve durar até quinta-feira (5) de manhã, é a primeira de uma série de greves de dois dias, que devem se repetir a cada cinco dias até o mês de junho.
Funcionários da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF, na sigla em francês) lideram o movimento, mas os setores de energia e coleta de lixo também são afetados.
Segundo a BBC, 77% dos condutores da SNCF estão paralisados e apenas um em cada oito trens de alta velocidade está circulando. Entre os trens regionais, um em cada cinco estão previstos. Os sindicatos estimam que 4,5 milhões de usuários de trens na França devem ser prejudicados.
Os sindicatos da SNCF protestam contra a supressão do estatuto especial de seus trabalhadores, que acabaria com a garantia de emprego vitalício aos trabalhadores ferroviários. Eles também se opoem à abertura do serviço ferroviário à concorrência e a transformação da empresa em sociedade anônima, segundo a Rádio França Internacional.
Entre os aspectos mais controversos da reforma defendida por Macron, está a proposta de “suavizar” o estatuto dos funcionários públicos, permitindo um uso massivo de trabalhadores contratados, bem como um plano de demissões voluntárias coletivas, um tabu neste setor, de acordo com a Rádio França Internacional.
O projeto do governo Macron visa eliminar 120 mil dos 5,64 milhões postos de trabalho no setor público francês, a fim de reduzir o déficit orçamentário da França para 3% do PIB.