A Polícia Civil de Minas Gerais, através da Delegacia de Santa Bárbara, concluiu nova fase de investigações que envolvem a Câmara de Vereadores do município.
Estão presos, desde o ano passado, quatro vereadores – Luiz Fernando Hosken Fonseca, Ermelindo Francisco Ferreira, Geraldo Magela Ferreira e o então presidente da Câmara Municipal, Juarez Camilo – além dos ex-presidentes, José Ladislau Ramos e Frederico Magalhães Ferreira, ex servidores e empresário. Estão ainda afastados das funções, além dos quatro vereadores citados, outros oito, dentre os quais dois suplentes.
Segundo o Delegado que comanda as investigações, Domiciano Monteiro, tratam-se de investigações complementares referentes a crimes praticados pelo grupo político liderado por José Ladislau e Frederico Magalhães: “Já foi concluído Inquérito no qual delitos como dispensas ilegais de licitações, peculatos e fraudes em licitações foram praticados por essa organização criminosa, desviando dinheiro da Câmara Municipal e realizando escolha por motivos particulares daqueles que viriam a ser agraciados com contratos públicos, num valor de aproximadamente duzentos mil reais. A apuração concluída agora demonstra que mesmo tendo ciência do Inquérito que apurava crimes naquele órgão, José Ladislau e Frederico Magalhães, pressionados pela oposição para exonerar a chefe de gabinete Maria Aparecida, contra quem havia vindo à tona compras particulares realizadas com recursos da Câmara Municipal, o fizeram, contudo Frederico determinou que o novo chefe de gabinete, Willian da Silva Mota, deveria repassar metade do seu salário para sua antecessora, como forma de calá-la para que não denunciasse os crimes do grupo de que ela tinha ciência, principalmente fraudes realizadas em licitações”, disse.
O Delegado explicou ainda crimes praticados através de uma Comissão nomeada por José Ladislau para apurar internamente desvios no órgão, da qual fazia parte um dos vereadores interinos afastados, Bruno Henrique Ferreira: “A Comissão, que não visava apurar nada, mas tão somente proteger os envolvidos, concluiu que houve mero equívoco de Maria Aparecida ao indicar no momento das compras o nome da Câmara Municipal e não dela própria, deixando ainda de levantar os valores devidos e de ouvir as pessoas envolvidas que trariam mais informações. Maria Aparecida sequer apresentou defesa, que foi feita pelo então assessor jurídico do órgão Eustáquio Januário Ferreira, pai de Frederico. O próprio Eustáquio depois, em acordo com José Ladislau, expediu R$8.750,00 em verbas de diárias em seu nome, sem realizar viagens, usando parte desse valor como se estivesse restituindo em nome de Maria Aparecida o prejuízo apurado aos cofres públicos”.
Os envolvidos foram indiciados por novos crimes de peculato, corrupção passiva e falsidade ideológica.