Desde criança, aprendemos que os dinossauros foram extintos há cerca de 65 milhões de anos devido aos efeitos causados pelo impacto de um enorme asteroide. O objeto de aproximadamente 15 km de extensão atingiu o planeta numa região que, hoje, faz parte do México, liberando uma grande quantidade de enxofre na atmosfera, o que tornou o ar tóxico e deixou a Terra escura e fria, dizimando plantas e animais, incluindo os gigantes pré-históricos – por serem répteis, dependiam do Sol para manter a temperatura do corpo mais elevada.
Só que essa famosa teoria da extinção dos dinossauros pode estar prestes a ser recontada. De acordo com o jornal indiano India Today, um estudo realizado pela Universidade de Albany, nos Estados Unidos, concluiu que a causa do desaparecimento dos répteis gigantes pode estar ligada, também, a um fato bem diferente do impacto de um corpo celeste: as plantas que muitos desses animais consumiam.
De acordo com o pesquisador Gordon Gaullup, um dos responsáveis pelo novo estudo, a população de dinossauros começou a diminuir antes da queda do asteroide e isso coincide com uma época em que muitas plantas que faziam parte de suas dietas começaram a ficar tóxicas. Por algum motivo, ainda desconhecido, os animais pré-históricos não tiveram capacidade de reconhecer a toxicidade do alimento. Com isso, continuaram a se alimentar dos vegetais, que os deixou envenenados.
Apesar dessa suposição, o cientista não descarta a história que todo mundo sabe sobre a extinção dos dinossauros, mas reforça a importância de sua pesquisa. “Embora o asteroide certamente tenha desempenhado um fator importante, o déficit psicológico que tornava os dinossauros incapazes de aprender a não comer certas plantas já havia colocado uma forte pressão sobre as espécies”, comenta o professor da Universidade de Albany ao India Today.
Pesquisa
Gordon Gaullup e sua equipe estudaram pássaros e crocodilos, que são descendentes dos dinossauros. Eles perceberam que as aves não desenvolveram o paladar, mas sim, a visão para distinguir quais plantas os tornavam doentes. Isso foi suficiente para que eles sobrevivessem à toxicidade desse alimento.
Por outro lado, os pesquisadores descobriram que os crocodilos, ainda hoje, não conseguem manter um discernimento sobre qual alimento é tóxico e qual não é, muito parecido com seus antigos parentes, os dinossauros.
Ratos espertos
Ao contrário dos répteis ancestrais, os mamíferos, no caso, pequenos roedores, conseguiram desenvolver o paladar ao longo do tempo, explica Gordon Gaullup. Segundo o cientista, os ratos não são exterminados facilmente porque experimentam pequenas quantidades de alimento antes de consumi-lo por completo. “Se uma determinada comida os deixa doentes, eles se lembram do que aconteceu e mostram uma capacidade notável de evitar o alimento, porque associam o gosto e o cheiro à reação negativa”, esclarece o professor. (Revista Encontro)