A manhã deste domingo ficará marcada na história do Praia Clube. A equipe comandada pelo técnico Paulo Coco levou a melhor sobre o Sesc/RJ por 3 sets a 0 (25/19, 25/23 e 25/17) e faturou o inédito título da Superliga Feminina. A conquista veio no Golden Set, implantado pela primeira vez na competição, com o time de Uberlândia fazendo 25/18, levando o Sabiázinho a loucura. O ginásio recebeu seis mil torcedores.
Como o Sesc/RJ venceu a partida de ida, no Rio de Janeiro, na semana passada (3 sets a 1), o Praia teria que vencer o confronto em Uberlândia para levar a decisão ao Golden Set. Foi a primeira final de Superliga nesses moldes.
O duelo em Uberlândia marcou a despedida da líbero Fabi das quadras. Aos 38 anos, sendo vinte deles dedicado ao vôlei, a bicampeã olímpica (Pequim 2008 e Londres 2012) deixa o esporte após 13 temporadas no time do Rio de Janeiro. Ao todo, ela disputou 14 finais de Superliga, faturando dez títulos.
O jogo
Apesar de jogar fora de casa, o Sesc/RJ iniciou melhor a partida, abrindo 5/2 logo no começo, mas o técnico Paulo Coco parou a partida e orientou as jogadoras do Praia, que, em seguida, viraram a parcial (6/5). O duelo, então, passou a ser disputado ponto a ponto, com vários bloqueios e Fê Garay fazendo a diferença para o time da casa. Fabi defendia bolas incríveis para o Rio, mas sua equipe estava com dificuldade de virar bolas, e com isso as mandantes abriram quatro pontos na reta final do set (21/17). O Praia fechou a parcial, após invasão carioca por cima da rede, em 25/19: 1 set a 0.
O segundo set começou assim como terminou o primeiro, com o Sesc/RJ apresentando dificuldades para atacar. A levantadora Roberta não estava em um bom dia, enquanto Claudinha, do outro lado da quadra, municiava à vontade o time do Praia. O Rio, então, passou a ajustar as viradas de bola, ‘fechou as portas’ para as adversárias, e virou a parcial em 15/12. O Praia teve um ‘apagão’, mas logo conseguiu retomar a vantagem de maneira emocionante em 23/21, despertando novamente o nervosismo na agremiação fluminense. E foi na ‘mão de ferro’ de Fernanda Garay que a equipe de Uberlândia fechou em 25/23: 2 sets a 0.
O Praia seguia virando bolas no começo da terceira parcial. Já o Sesc/RJ sentia falta de uma presença maior das centrais, sobretudo Juciely, que se destacou durante toda a competição pela equipe. O time de Uberlândia literalmente jogava em casa, leve em quadra, pegando o ataque carioca a todo momento nos bloqueios. Com isso, o time abriu 11/7 no placar. O Praia seguia marcando e administrando a vantagem com propriedade, enquanto o Sesc tentava uma reação sem sucesso. Desta forma, as mandantes fizeram 20/14 indicando que teria o inédito Golden Set. Fabiana, então, fechou a parcial em 25/17: 3 sets a 0.
Golden Set
A temporada decidida em um set. A vitória maiúscula do Praia daria um ‘excesso’ de confiança ao time? O Sesc/RJ conseguiria ter psicológico para fazer diferente? Foram as várias perguntas feitas pelos torcedores antes da parcial decisiva começar.
Mas quando começou, o Praia mostrava estar seguindo o mesmo ritmo que imprimiu durante os três primeiros sets. Vibração a cada ponto, realçando a conexão entre atletas e torcida. Mas logo o Sesc entrou no jogo e passou a frente na parcial (6/5). E o duelo foi franco, com o ataque carioca voltando a ser eficiente. Com isso, o Rio abriu 13/11, obrigando Paulo Coco a pedir tempo técnico. Funcionou. O time de Uberlândia ficou na vantagem no placar.
Então, restou ao Praia administrar a vantagem. A missão de fechar o jogo ficou para Fawcett, que soltou o braço para fazer 25/18, garantindo a revanche da decisão nacional de 2015/16, quando as cariocas levaram a melhor sobre o time mineiro, em Brasília.