O ex-presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, vereador Wellington Magalhães (PSDC), que estava foragido, se entregou por volta das 21h desta terça-feira (24) à 1ª Delegacia de Polícia Civil, na Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ele estava em companhia de seu advogado, Leonardo Salles, que negociou a rendição. Da delegacia, o parlamentar seguiu para o Instituto Médico-Legal, no Bairro Gameleira, na Região Oeste da capital, para fazer exame de corpo de delito. A princípio, ele seria levado para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, onde ficaria detido em cela especial cumprindo prisão preventiva. Porém, por conta da fuga de três presos da cadeia, o local para onde o vereador foi encaminhado não foi confirmado.
O assessor de Wellington Magalhães, Rodrigo Dutra, que também estava foragido, se apresentou à Polícia Civil pouco depois do vereador. Segundo o advogado Leonardo Salles, eles conversaram sobre o assunto ao longo do dia.
De acordo com o delegado Fernando Lima, um dos coordenadores da operação que levou à prisão do vereador, disse que não houve qualquer tipo de negociação para a entrega de Magalhães. “Tivemos uma investigação consistente, com elementos robustos e um trabalho bem feito que resultará em uma sentença penal condenatória”, afirmou o delegado.
Magalhães deverá ser liberado nesta quarta-feira (25), durante algumas horas, para participar de audiência de custódia na 4ª Vara Criminal de Belo Horizonte. O procedimento é adotado no máximo em 24 horas para todas as pessoas que têm a prisão decretada.
Conforme Leonardo Salles, Wellington resolveu se entregar na segunda-feira, depois que a mulher dele, Kelly Magalhães, presa na quarta feira passada, conseguiu habeas corpus para deixar a prisão.
ESTAVA FORAGIDO
O parlamentar teve a prisão decretada pela Justiça na quarta-feira da semana passada, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais, mas não foi encontrado em sua casa, na Avenida Otacílio Negrão de Lima, na orla da Lagoa da Pampulha, nem em seu gabinete na Câmara.
No último dia 18, policiais civis cumpriram oito mandados de prisão e de busca e apreensão nas investigações sobre fraude de mais de R$ 30 milhões em licitações da Câmara Municipal, dentro da Operação Sordidum Publicae (Política suja).
Segundo o MP, Magalhães liderava organização criminosa no Legislativo municipal. A prisão preventiva é cumprida por tempo indeterminado e foi ordenada pela 4ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Como tem mandato parlamentar, Wellington Magalhães tem direito a cela especial.
Além de Wellington Magalhães, foram presos a mulher dele, Kelly Magalhães, Márcio Fagundes, Marcus Vinicius Ribeiro, Rodrigo Dutra de Oliveira, Christiane de Castro Melo Cabral Ribeiro, Frederico Ribeiro Guedes e Paulo Victor Damasceno Ribeiro.
De acordo com as investigações, quando Wellington Magalhães assumiu a presidência da Câmara, em 2016, ele cancelou sem justificativa contrato de publicidade no valor de R$ 10 milhões. E abriu outro contrato, de R$ 30 milhões, direcionado a outra empresa.
As investigações apontaram ainda tentativas de obstrução da Justiça, o que motivou o pedido de prisão preventiva das oito pessoas. A operação que culminou nas prisões também apreendeu bens, como carros e computadores, e documentos dos investigados. Todos os envolvidos negam as acusações.