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Equipes tentam pegar Wellington da Silva Braga, o Ecko, tido como o chefe desse grupo, e o irmão Wallace da Silva Braga. Ambos fugiram.
É mais uma investida contra o grupo — alvo, no início do mês, da ação em sítio que acabou com festa supostamente organizada pelos paramilitares. Na ocasião, 159 pessoas foram presas. A Operação Medusa, no entanto, tem causado controvérsia: o Ministério Público estadual pediu a soltura de 138 detidos, sob a alegação de não haver ligação com o crime. A Justiça deve analisar o caso nesta quarta-feira.
Asfixia nas fontes de renda
O objetivo da ação desta quarta-feira é reprimir práticas ilegais de milicianos, como roubo de energia, TV a cabo, comércio de produtos falsificados e transporte irregular. Até as 7h, 30 vans irregulares tinham sido apreendidas na região.
Um dos presos na manhã desta quarta-feira é Artur Medeiros Gomes, contra quem há um mandado de prisão cumprido pela 36ª DP (Santa Cruz). Artur é condenado a 5 anos e quatro meses de prisão por roubo majorado.
Na casa de Wallace, irmão de Ecko, suspeito de chefiar a maior milícia da região, a polícia encontrou um sistema de monitoramento que registra imagens de toda a Favela do Aço, em Santa Cruz. Wallace não foi encontrado no local.
“É uma ação contra a milícia, mais especificamente contra o grupo que é dominado pelo Ecko, que é procurado pela polícia. Hoje, inclusive, nós fizemos tentativas de prisão contra diversos alvos da milícia, inclusive um deles seria o irmão do Ecko, o chamado Wallace. Ele não estava em casa, mas foi encontrada uma central de monitoramento, da qual ele conseguia verificar toda a favela onde ele atua e, possivelmente, ele presenciou a nossa chegada e fugiu. Hoje a nossa maior intenção aqui é combater as fontes de renda da milícia e trazer novos elementos para a investigação”, explicou o delegado Fábio Barucke.
Um helicóptero Águia da corporação acompanha a operação e os cumprimentos dos mandados na região.
Franquia do crime
O poderio dos paramilitares foi tema de série especial do G1. Em Franquia do Crime, reportagens mostraram que as milícias estão em 11 municípios do Grande Rio. São dois milhões de pessoas obrigadas a usar o transporte controlado pelos bandos e a comprar produtos sobretaxados, como botijão de gás, água e até cesta básica.
A série trouxe ainda que o ganho obtido com a exploração de serviços é investido em joias, carros de luxo e fazendas. A milícia supostamente chefiada por Ecko também investe na exploração de saibro. Luís Antônio da Silva Braga, outro irmão de Ecko, seria responsável pelo negócio.
Ecko assumiu o grupo após a morte de outro irmão, Carlos da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes. De acordo com promotores do Ministério Público, Luiz Antonio é o sócio da Macla Extração e Comércio de Saibro. Luiz Antonio foi preso pela Draco em 2015 acompanhado por dois seguranças – um deles policial militar. O empresário acabou liberado no Plantão Judiciário.