O ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) afirmou nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva à Itatiaia, que mantém a esperança de ser absolvido no caso do mensalão tucano. Na terça (24), por 3 votos a 2, desembargadores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) mantiveram a condenação de 20 anos e um mês de prisão contra o político por peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro.
Azeredo considera o resultado injusto, mas diz se sentir confortado por dois desembargadores o considerarem inocente. Ele disse seguir confiante de que não será condenado em novo julgamento de recurso que será proposto pela defesa no TJMG na próxima segunda-feira (30). “Estou confiante de que a verdade vai prevalecer”, declarou.
“Desde o princípio, o processo mostra essa divisão [entre os julgadores]. Não existe uma clareza por parte da Justiça. O próprio Ministério Público reconheceu que teve erro da juíza na primeira decisão e que o resultado tão disparatado – dois querem a absolvição e três querem uma pena absurda de 20 anos – é uma coisa confusa e precisa de um esclarecimento melhor”, afirmou.
O tucano declarou que se esforçará para que as testemunhas de acusação sejam ouvidas. “Elas me inocentam”, disse. “Vou continuar insistindo que a distribuição de responsabilidades de um governo de um estado desse, com 500 mil funcionários, é cheia de ordenadores de despesa. Cada estatal tem uma diretoria, tem um tesoureiro e tem ordenador de despesa. Não fui eu que autorizei os eventos questionados”, argumentou.
A denúncia aponta que foram desviados cerca de R$ 3 milhões de estatais mineiras (Copasa, Comig e Bemge) para a campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas em 1998, quando Itamar Franco venceu o pleito.