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O ministério do Interior divulgou ainda que 49 ficaram feridos no ataque, que foi reinvindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Houve uma primeira explosão pouco antes das 8h locais em uma área próxima à sede do Serviço de Inteligência Afegão (NDS).
“Um homem-bomba que circulava em uma motocicleta detonou seus explosivos diante de um curso de inglês na área de Shash Darak”, afirmou o chefe de polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.
Jornalistas seguiram para o local do atentado, onde cerca de 30 minutos depois houve outra explosão. De acordo com uma fonte das forças de segurança, o segundo homem-bomba estava disfarçado de repórter.
Shah Marai, diretor do departamento de fotografia da agência da AFP em Cabul, que seguiu para o local da primeira explosão, morreu na segunda detonação.
Estado Islâmico reinvindica
Em um comunicado divulgado por sua agência de propaganda Amaq, o EI afirmou que o primeiro atentado atingiu a sede do serviço de inteligência e das forças de segurança afegãs e o segundo os jornalistas que seguiram para o local.
“Os apóstatas das forças de segurança, dos meios de comunicação e outras pessoas compareceram ao local da operação, onde um irmão os surpreendeu com seu colete de explosivos”, informou nas redes sociais o braço do EI no Afeganistão.
O comunicado identifica o primeiro homem-bomba como “Kaaka al-Kurdi”, o que sugere que era de origem curda, e o segundo como Khalil al Qurashi.
Ataque à imprensa
Outros cinco jornalistas que também morreram trabalhavam para meios de imprensa afegãos, como Mashal TV, 1TV, Radio Azadi e Tolo News, que em 2016 foi alvo de um atentado que deixou sete mortos e também foi reivindicado pelos talibãs.
“Estamos devastados pela morte de nosso fotógrafo Shah Marai, que era testemunha há mais de 15 anos da tragédia que afeta o país”, declarou a diretora Informação da agência, Michèle Léridon.
“A direção da AFP saúda o valor, o profissionalismo e a generosidade deste jornalista que cobriu dezenas de atentados antes de ser ele mesmo vítima da barbárie”, completou.
Série de ataques no Afeganistão
Cabul se tornou, de acordo com a ONU, o local mais perigoso do Afeganistão para os civis com o aumento dos atentados, geralmente cometidos por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou o grupo extremista EI.
Pelo menos 11 crianças morreram e outras 17 pessoas ficaram feridas, entre elas cinco soldados romenos da Otan, em outro ataque suicida nesta segunda-feira contra um comboio das forças aliadas na província de Kandahar, no sul do Afeganistão.
Um suicida detonou um carro-bomba contra um comboio que passava perto de uma mesquita, provocando uma potente explosão que derrubou um muro que cercava o pátio do local religioso.
As crianças, que estavam no pátio da mesquita, morreram ao serem atingidas pelos estilhaços e esmagados pelos escombros do muro destruído pela explosão, que aconteceu no distrito de Daman por volta das 10h30 (3h em Brasília).
Um ataque no dia 22 de abril na capital afegã deixou quase 60 mortos e 20 feridos em um bairro de maioria xiita.
A sede do NDS, que parecia ser o alvo deste ataque, já havia sofrido um atentado em março, que deixou três mortos e cinco feridos.
No dia 27 de janeiro, um atentado na cidade provocou 103 mortes e deixou mais de 150 feridos.
Os talibãs iniciaram oficialmente na quarta-feira da semana passada sua ofensiva de primavera, denominada Al Khandaq, com o objetivo de “esmagar, matar e capturar os invasores americanos e seus partidários”, de acordo com um comunicado.