Tema de debate há décadas e com quase todos os países do mundo investindo bilhões de reais no combate, o uso e a liberação do consumo de drogas constantemente voltam ao foco por conta de seus prejuízos à saúde humana, e sua relação com a segurança pública e com a economia. A quarta edição do projeto Minas no Brasil de 2018 revela que ampla maioria dos mineiros é contra a descriminalização das drogas no país.
Os resultados da pesquisa feita pelo grupo Mercadológica indicam que, independentemente da droga hoje considerada ilegal pela legislação, o mineiro é contrário a sua descriminalização, com índices muito altos.
Entre as drogas hoje barradas pela lei, a maconha foi a que recebeu maior “apoio” a sua descriminalização: 22,5% dos mineiros se mostraram favoráveis a uma mudança na legislação – sobretudo pessoas até 44 anos, das classes A e B, brancas e não católicas ou evangélicas. Outros 72,8% dos entrevistados defenderam que a legislação atual permaneça.
Por outro lado, 92,5% dos mineiros se mostraram contrários à descriminalização das drogas sintéticas, como ecstasy, LSD e metanfetaminas – o que representa apenas 4,8% dos entrevistados defendendo essa legalização. Em índice semelhante, 4,7% dos mineiros defenderam que a cocaína também deveria ser descriminalizada. O crack e a heroína aparecem na liderança da rejeição dos mineiros, com mais de 93% sendo contrários à descriminalização.
Drogas legalizadas
A pesquisa também abordou o consumo de bebidas alcoólicas e cigarro por parte dos mineiros. De acordo com o levantamento, 40,6% dos cidadãos do Estado afirmaram beber, enquanto 59,4% negaram o consumo. Entre os que fazem uso, destaque para os homens, entrevistados com até 44 anos, pertencentes às classes A e B e não evangélicos.
Já uma esmagadora maioria de 84,7% dos entrevistados negou ser fumante – com destaque, neste caso, para os evangélicos – enquanto 15,3% afirmaram que consomem cigarro comum.
A pesquisa Minas no Brasil de 2018 foi realizada entre os dias 16 e 22 de abril. Foram ouvidas 601 pessoas com mais de 18 anos em 45 municípios por meio de entrevistas telefônicas. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais para mais ou menos. O intervalo de confiança é de 95% (ou seja, em 100 cenários, 95 mostrarão resultados dentro da margem de erro apontada). Ao longo desta semana, serão divulgados outros levantamentos sobre temas relacionados à descriminalização das drogas. (Jornal O Tempo)