Se o que nos consome fosse apenas fome / cantaria o pão / Como que sugere a fome / para quem come.
[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”left”]Neste dia 1º de maio fomos testemunhas de mais um incidente grave: um incêndio fez ruir o famoso “prédio de vidro” que ficava no centro de São Paulo-SP. Tal Edifício foi invadido por 372 pessoas e se mantinha em situação de risco há mais de 5 anos.
Amou daquela vez como se fosse a última / Beijou sua mulher como se fosse a última / E cada filho seu como se fosse o único / E atravessou a rua com seu passo tímido.
De quem é a responsabilidade? De nós 5.
Primeiramente, o Poder Público pode e deve se movimentar para garantir moradia e condições de vida segura à população carente. Cabe ao Poder Público a obrigação de prover condições mínimas à dignidade da pessoa humana. Não se limita aqui a um texto frio constitucional, mas um dos sustentáculos ao regime em que vivemos: a humanidade.
Em segundo lugar, os movimentos sociais não podem expor seus integrantes a condições de risco. É legítima toda forma de manifestação. No entanto, a mesma não tem o poder e não pode colocar vidas em risco. Se não há vida… não há destinatário de qualquer benefício alcançado. A partir do momento em que a vida humana é relativizada, há que se medir perfeitamente a importância daquilo que se almeja.
Em terceiro ponto, os proprietários de imóveis têm o dever de se manter atentos e proativos na defesa de seus interesses. Cabe a estes, primeiramente, buscar a segurança própria e coletiva no que se refere aos bens imóveis. Não lhes sendo facultada a omissão. Estes são plenamente responsáveis civil e criminalmente.
Em quarto: Justiça. Ações que visam a desocupação de imóveis possuem gravidade e nível de emergência/urgência. Vide que o pano de fundo destas demandas não é um imóvel em si, mas sim a vida e sua preservação. Por assim ser, devem ser julgadas com a máxima atenção e prioridade.
Por último: Nós! Os verdadeiros fiscais da comunidade. É nosso o papel de denunciar tudo aquilo que não está de acordo com nossas regras de convivência. É ainda nosso papel acompanhar a solução. É nosso dever não querer o outro o que não queremos para nós mesmos.
Não há relação de hierarquia aqui, mas sim somatório de 5 agentes vitais. A partir do momento que este ciclo não está presente, o Sistema começa a ruir e tudo deixa de ser como deveria.
Amou daquela vez como se fosse máquina / Beijou sua mulher como se fosse lógico / Ergueu no patamar quatro paredes flácidas / Sentou pra descansar como se fosse um pássaro.
Imagens de pessoas buscando salvação… imagens de um homem que flutuou no ar como se fosse um príncipe… mortos e feridos que se acabam no chão feito um pacote bêbado… são muito mais que alguém na contramão atrapalhando o sábado.
Dia 1º de maio é um dia de conscientização. Uma pena que ainda somos chamados à reflexão, muitas vezes, somente após tragédias.
Palavra quando acesa / não queima em vão.