Estudantes da UFMG se organizam para protocolar uma denúncia contra 25 alunos aprovados no primeiro semestre de 2018. A suspeita é que eles tenham fraudado as cotas raciais da graduação e do mestrado. A lista será entregue à Reitoria no dia 17 de maio, em ato marcado para às 17 horas, em frente ao prédio da administração.
A relação terá nome, número de entrada, curso e fotografia dos suspeitos de ingressar no ensino superior fazendo uso indevido das cotas raciais. O documento, assinado por centros e diretórios acadêmicos de diversos cursos, é organizado pelo coletivo UFMG Contra Fraudes nas Cotas, que conta com cerca de 50 estudantes brancos, pardos e negros da universidade.
O texto apresenta também propostas para que a universidade trate a temática da reserva de vagas raciais, dentre elas, a realização de palestras sobre a negritude e a importância das cotas antes das matrículas dos alunos convocados.
Os alunos pedem ainda que a instituição estabeleça uma comissão mista, composta por representantes de estudantes e servidores, além dos membros indicados pela própria reitoria. Essa instância deveria atuar também como “banca avaliadora preventiva” para tratar dos casos suspeitos de fraudes entre os candidatos chamados para o segundo semestre.
Um dos organizadores do documento, Alexandre Braga, de 37 anos, aluno do curso de ciências do estado e presidente da Unegro, afirma que a ação “não busca criar conflito com os candidatos, mas prestar uma orientação sobre o uso das cotas raciais”.
“Não queremos criar uma disputa racial, e sim mostrar que as cotas são para pessoas que efetivamente são discriminadas na sociedade e sofrem violências de todas as espécies por serem negras. Não é só uma questão histórica, como muitos alegam”, explica.
A UFMG foi procurada e a reportagem aguarda um posicionamento da instituição sobre o assunto.