Para Elza Soares, Deus é representado por uma figura feminina. Deus não, Deusa. E a lendária cantora deixa isso claro no single Deus há de ser, lançado nesta sexta-feira (4) como parte da divulgação do disco Deus é mulher, que chega às plataformas digitais no dia 18 de maio.
Controversa, a música escrita por Pedro Luiz usa o jogo da cacofonia entre as palavras para definir uma suposta Deusa como ”mulher”, ”fêmea”, ”fina” e ”linda”. A letra vem acompanhada por uma percussão pulsante e sons eletrônicos que lhe conferem o experimentalismo que Elza desfruta desde o aclamado A mulher do fim do mundo, lançado em 2015. E não por acaso.
O novo trabalho repete a parceria da carioca com Guilherme Kastrup, além do quarteto de músicos paulistanos Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes e Kiko Dinucci – integrantes do grupo Passo Torto.
Deus há de ser é o segundo single retirado do álbum. O primeiro deles, Banho, deu início aos trabalhos em 20 de abril e refletiu a tendência da artista como potência feminina. A composição assinada por Tulipa Ruiz urge ante a percussão tribal do bloco Ilú Obá de Min, formado apenas por mulheres.
Ao todo, as dez faixas que estarão presentes em Deus é mulher mostram ao que se propõem até mesmo nos títulos: O que se cala, Exu nas escolas, Eu quero comer, Língua solta, Hienas na TV, Clareza, Um olho aberto, Credo e Dentro de cada um – além das faixas já divulgados.
Longe da boa surpresa que foi A mulher do fim do mundo, as músicas divulgadas até agora confirmam a cantora como uma titã que atravessa as barreiras do tempo e se transforma em voz ativa aos 80 anos, tanto em questões políticas quanto em relação a novas linguagens musicais.
Abaixo, ouça Deus há de ser:
*Uai