O governo de Minas voltou atrás depois de o governador Fernando Pimentel (PT) anunciar na Itatiaia que o pagamento da primeira parcela do salário dos servidores atrasaria por causa da suspensão dos vencimentos de 96 mil funcionários do Estado que ocupam mais de um cargo devido a irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Em entrevista ao vivo no Jornal da Itatiaia Noite desta quinta-feira, o secretário estadual da Fazenda, José Afonso Bicalho, revelou que será formada uma comissão nesta sexta (11) para analisar a lista e avaliar quais categorias terão a folha de pagamento refeita.
“A ideia nossa, depois que recebemos a lista, é criar um grupo amanhã (sexta-feira) composto por servidores da Secretaria da Fazenda, do Planejamento, da Controladoria e da Advocacia-Geral do Estado para avaliar o material que o tribunal nos mandou. Até segunda-feira esse grupo deve nos dizer se a gente precisa rodar uma nova folha ou não, vamos avaliar. Na segunda-feira nós anunciaremos se pode haver algum atraso ou não em relação à folha”, afirmou Bicalho.
Ainda de acordo com o secretário, o anúncio sobre quando os servidores receberão o salário será feito na próxima segunda-feira. Bicalho adiantou que policiais militares e funcionários da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) devem receber a primeira parcela no dia 16, conforme a escala de pagamento divulgada.
“Como a polícia roda folha separada e não tem ninguém da polícia (na lista do TCE de servidores que estão com salários suspensos por irregularidades) nós estaríamos pagando a polícia no dia 16 e também a Fhemig porque é um órgão independente. Os outros nós vamos olhar e a comissão vai nos dizer se tem algum entendimento para pagar. Se não tiver, se não precisar rodar a folha novamente, aí nós vamos definir qual dia vamos pagar. Na segunda-feira vamos anunciar aos servidores como será o pagamento dos demais”, finalizou.
A informação de que os servidores da Fhemig devem receber na data prevista na escala de pagamento divulgada pelo governo estadual foi dada pelo secretário horas depois de os funcionários da saúde prometerem cruzar os braços. Nesta quinta-feira, os funcionários avisaram que uma paralisação está marcada para a próxima segunda (14).
O ato é uma cobrança do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sindi-Saúde) para que o governo coloque em dia o pagamento.
A diretora do Sindi-Saúde, Neusa Freitas, afirmou que a decisão de cruzar os braços foi tomada após o governador Fernando Pimentel dizer nesta quinta-feira que vai atrasar a primeira parcela do salário, antes prevista para ser quitada no dia 16.