Na Semana Mundial de Luta contra o Lúpus, a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares Assis Figueiredo alerta para a importância do diagnóstico precoce para controle da doença e a adesão ao tratamento. A lembrança da data também é instituída em Itabira por meio da lei municipal 4.897/2016.
Conforme lembra Rosana Linhares, a rede pública oferece assistência, desde o diagnóstico, tratamento e medicamento. “Todo caso suspeito na rede é encaminhado para o Hospital Municipal Carlos Chagas em Itabira, onde um especialista fará o diagnóstico. O tratamento da doença é complexo, porém, quando feito de maneira adequada, pode aumentar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes com lúpus”, informa Rosana Linhares.
O lúpus é uma doença autoimune, caracterizada por um processo inflamatório que pode atingir vários órgãos, como a pele, as articulações, os rins, os pulmões e o coração. Geralmente, o tratamento é feito com o uso de medicamentos imunossupressores – que fazem o organismo parar de lutar contra si mesmo. Por se tratar de medicamentos destinados ao tratamento de sintomas específicos, a maioria é fornecida pelo Governo Estadual, por meio da Gerência Regional de Saúde.
A reumatologista do Hospital Municipal Carlos Chagas, Ana Paula Zóia, reforça que o tratamento depende do tipo de manifestação apresentada e deve, portanto, ser individualizado. Os medicamentos agem na modulação do sistema imunológico e incluem corticóides, antimaláricos e imunossupressores. “O reumatologista é o médico especialista para o tratamento do lúpus e sempre vai tentar empregar os medicamentos nas menores doses possíveis, pelo menor tempo possível. De uma forma geral, quando o tratamento é feito de forma adequada, incluindo o uso correto dos medicamentos em suas doses e horários, com a realização dos exames necessários nas épocas certas, comparecimento às consultas nos períodos recomendados, é possível obter um bom controle da doença e melhorar de forma significativa a qualidade de vida das pessoas com lúpus. É importante evitar ao máximo a exposição à luz ultravioleta com uso de fotoprotetores, chapéus e roupas adequadas devido ao risco de reativação de doença”. Assim como a hipertensão e o diabetes, o lúpus é uma doença crônica e necessita de um acompanhamento prolongado, muitas vezes por toda a vida.
A médica explica que, embora a causa do lúpus não seja desconhecida, fatores genéticos, hormonais e ambientais podem contribuir para seu desenvolvimento. “Pessoas com susceptibilidade genética, em algum momento, passam a apresentar um desequilíbrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos”, explica. O diagnóstico nem sempre é fácil, pois boa parte dos sintomas pode ser confundida com os de outras enfermidades. Porém, geralmente, exames de sangue e urina são suficientes para confirmar a doença – já que nela há uma formação excessiva de anticorpos que, em situações normais, não estariam no sangue. Segundo Ana Paula, não existe um exame que seja exclusivo do lúpus.
Entre os sintomas do lúpus estão o comprometimento de órgãos como o coração, rins, fígado e cérebro, além de febre e vermelhidão na pele. Alguns pacientes apresentam lesões avermelhadas no rosto, com o formato de uma asa de borboleta. É fundamental que as pessoas com a doença também se protejam do sol. Os raios solares podem estimular a inflamação e ativar ainda mais a enfermidade. O ideal é evitar tomar sol e usar protetor solar mesmo em dias nublados.
“Não é uma doença contagiosa e acomete, principalmente, pessoas de 20 a 45 anos, particularmente as mulheres, e leva a uma limitação ao trabalho. Existe uma série de manifestações clínicas, sejam cutâneas ou articulares e todo um processo inflamatório dos órgãos do corpo. O lúpus não tem cura, mas o diagnóstico precoce é importante para que o paciente dê início imediato ao tratamento e consiga controlar a doença e o quadro inflamatório com o uso de medicamentos”, finaliza Rosana Linhares.