A Justiça mineira publicou nesta terça-feira (15) a decisão da condenação do ex-senador Clésio Andrade por envolvimento no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro/tucano. A partir desta quarta-feira, dia seguinte à publicação, a defesa tem cinco dias para apresentar os recursos.
Clésio, que também é presidente da Confederação Nacional de Transportes, foi condenado a cinco anos e sete meses de prisão por lavagem de dinheiro.
Apesar da condenação, ele foi absolvido dos crimes de peculato, que é o desvio de dinheiro público por servidores ou agentes públicos. A decisão é da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte e ainda cabe recurso.
A juíza Lucimeire Rocha entendeu que Clésio Andrade teve participação ativa no esquema de desvio de recursos das estatais mineiras para ser utilizado na campanha de tentativa de reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB).
Clésio era o candidato a vice na chapa tucana que foi derrotada por Itamar Franco (PDMB). Apesar disso, a magistrada inocentou o ex-senador dos crimes de peculato porque ele não ocupava nenhum cargo público na época dos desvios. Por isso, a condenação ficou restrita aos crimes de lavagem de dinheiro.
Entre as justificativas para condenar Clésio Andrade, a magistrada destacou que ele foi responsável por ser o fiador de empréstimos realizados pelo Banco Rural, que serviram para lavar o dinheiro desviado das companhias estatais mineiras. Esses financiamentos teriam sido quitados com os recursos desviados.