Os venezuelanos participam neste domingo de uma eleição presidencial na qual se espera que Nicolás Maduro consiga um segundo mandato de seis anos, apesar de uma profunda crise que agrava a escassez de alimentos, dispara a inflação e derruba a produção petroleira do país sul-americano. Mais de 1 milhão de pessoas fugiu do país nos últimos anos em busca de uma vida melhor, enquanto os que permanecem enfrentam horas em filas para comprar alimentos subsidiados e retirar dinheiro em espécie, algo agora quase impossível de encontrar.
Pesquisas mostram que a maioria dos venezuelanos culpa Maduro pelos crescentes problemas, mas ele aparece como favorito, em parte porque seus principais rivais boicotaram a disputa, diante da desconfiança com a autoridade eleitoral, controlada por partidários do governo. “Hoje é um dia histórico eleitoral”, afirmou Maduro, vestido com uma camisa vermelha, após votar hoje no oeste da capital, na companhia da mulher e do filho.
O presidente acusou os Estados Unidos de promoverem uma “campanha feroz” para afetar a disputa presidencial. Segundo ele, essas ações “não puderam” impedir o processo. Ele pediu “respeito” ao mundo, após mais de 20 governos dizerem que não reconhecerão os resultados. “Não é possível seguir jogando com governos irresponsáveis da direita oligárquica e corrupta da América Latina para pressionar a Venezuela, isolar a Venezuela”, afirmou, considerando esse comportamento “criminoso”.
Maduro disse que, se vencer, lançará um “governo de unidade nacional”, insistirá no diálogo e fará mudanças na economia para impor um novo sistema de preços e de distribuição e comercialização, sem dar detalhes.
Principal rival do atual presidente, o candidato independente Henri Falcón enfrenta o duplo desafio de competir contra um líder poderoso e ainda convencer os venezuelanos a desafiar o boicote às urnas, convocado pela principal coalizão opositora. Ele promete dolarizar os salários, aceitar ajuda humanitária e buscar socorro no Fundo Monetário Internacional (FMI), opções rejeitadas por Maduro. “Juro que libertarei a Venezuela da ditadura”, afirmou no fim da campanha, na quinta-feira, na cidade natal de Barquisimeto.
Também disputa o evangelista Javier Bertucci, que oferecia sopa em seus comícios.