A Coreia do Norte anunciou nesta quinta-feira (24) que desmantelou completamente o centro de testes nucleares Punggye-ri. A agência de notícias sul-coreana Yonhap tinha antecipado a informação.
A intervenção, que fechou completamente as entradas de um túnel, tem o objetivo de “garantir a transparência da interrupção dos testes nucleares”, informou a agência estatal KCNA. Segundo o governo norte-coreano, dois túneis estavam prontos para serem usados em “poderosos testes nucleares subterrâneos”.
Não houve vazamento de material radioativo ou impacto adverso no ambiente ao redor do centro de testes nucleares. “A interrupção dos testes nucleares é um processo importante em direção ao desarmamento nuclear global”, afirmou ainda a KCNA.
De acordo com a Associated Press e a rede CNN, que têm jornalistas no local, uma série de explosões foi desencadeada durante horas com foco em três túneis no subsolo e em torres de observação em volta deles. O centro é composto por túneis cavados debaixo do monte Mantap, no nordeste do país.
Pyongyang prometeu fazer em maio um “desmantelamento público” desse centro de testes. A iniciativa faz parte do compromisso de desnuclearização assumido pelos dois países em cúpula realizada no dia 27 de abril para um acordo de paz.
A Coreia do Norte realizou todos os seus seis testes nucleares na instalação de Punggye-ri.
O governo norte-coreano convidou alguns jornalistas estrangeiros para acompanharem o desmonte da instalação de Punggye-ri nesta semana, mas não especialistas técnicos, embora os Estados Unidos tenham pedido “um fechamento permanente e irreversível que possa ser inspecionado e plenamente confirmado”.
Ambiente diplomático
A oferta do país isolado de desativar seu local de testes foi vista como uma concessão essencial depois de meses de redução na tensão entre Pyongyang e seus arquirrivais de longa data, Coreia do Sul e EUA.
Mas o ambiente diplomático voltou a se tensionar, uma vez que na semana passada a Coreia do Norte ameaçou não comparecer a uma cúpula entre seu líder, Kim Jong Un, e o presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura, no dia 12 de junho.