Em meio à crise de abastecimento causada pela paralisação dos caminhoneiros, Ipatinga, no Vale do Aço, cidade a 96 km de Itabira, realiza no domingo as eleições suplementares para definir a nova chapa de prefeito e vice do município. Desde abril, o presidente da Câmara de Vereadores, Nardyello Rocha (MDB), assumiu a gestão da cidade e é ele quem lidera a corrida eleitoral para prefeito, com 27% das intenções de votos, segundo a mais recente pesquisa do Instituto CP2.
O levantamento, feito nos dias 29 e 30 de maio, mostra que 23% dos eleitores não votarão em nenhum dos candidatos registrados, o que atesta a insatisfação da população com a política em geral.
O candidato do PCB, Daniel Cristiano, tem 12% e lidera o campo da esquerda. Wanderson Gandra (PSC) registrou 9,2% da preferência. A candidata petista, Lene Teixeira, vem logo depois, com 8% das intenções de votos. Já Sávio Tarso (PDT) aparece em último lugar com 6,8%. Eleitores que ainda não sabem em quem votar somam 13,2%, sendo que 0,8% não respondeu.
O novo pleito em Ipatinga foi marcado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais, já que a chapa eleita em 2016 – o prefeito Sebastião de Barros Quintão (MDB) e seu vice, Jesus Nascimento da Silva (PSDB) – concorreu sub judice, pois o candidato a prefeito foi considerando inelegível. Apesar disso, obteve liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dezembro de 2016, permitindo sua diplomação e posse.
Entretanto, no último dia 26 de abril, o presidente do TSE, ministro Luiz Fux, cassou a liminar e confirmou o indeferimento da candidatura, determinando a realização de novas eleições. O prefeito já havia se afastado do Executivo municipal, por iniciativa própria, em 6 de abril de 2018, quando então o vice-prefeito assumiu a prefeitura.
Mudança. Dos entrevistados pelo Instituto CP2, 52,5% já definiram em qual candidato a prefeito vão votar. No entanto, 39,8% admitiram que ainda podem mudar de opinião até o dia da eleição, no próximo domingo. Outros 7,2% não souberam responder.
O estudo também perguntou aos entrevistados quais são os principais problemas enfrentados pela população ipatinguense. Para 42% deles, a saúde pública é o gargalo central do município. A dificuldade em arrumar um emprego foi citada por 29,5% das pessoas consultadas pelo instituto. A falta de gestão municipal ficou em terceiro lugar entre os maiores problemas, com 18,2%. Os eleitores ainda citaram a educação, as obras públicas e a corrupção entre os transtornos que impedem o desenvolvimento do município.
Quando questionados sobre o que precisa melhorar nas comunidades e bairros de Ipatinga, os entrevistados colocaram a segurança pública em primeiro lugar, com 44,8%, seguida da limpeza pública e do calçamento, com 14,5% e 9%, respectivamente.
Dados. A pesquisa entrevistou 400 pessoas. O índice de confiança é de 95%, sendo que a margem de erro é de 4,9%. O levantamento foi encomendado pela campanha de Nardyello Rocha.