No ano que marca o 57º aniversário do movimento Anistia Internacional e os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mais de 30 artistas da música e da dramaturgia se uniram no clipe Manifestação, que tem como objetivo conscientizar a sociedade acerca dos problemas sociais, políticos e ambientais do Brasil. “Proclamamos que não se exclua ninguém senão a exclusão”, diz o refrão da chamada “canção-manifesto” escrita por Carlos Rennó. “Essa música é a forma mais atestável e verdadeira de expressar um sentimento profundo de humanidade com os que mais sofrem ‘ofensa, violência, intolerância, racismo, indiferença…’, como diz a letra, no nosso país”, explica o compositor.
Dentre as vozes que ecoam em Manifestação estão: Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Péricles, Chico César, Camila Pitanga, Ludmilla, Criolo, Paulo Miklos e Ellen Oléria. Segundo Rennó, desde o início do processo de composição foram surgindo nomes que ele julgava combinar com o tema abordado. “Para definir quem convidar, eu tive a colaboração, primeiro, do meu parceiro Xuxa Levy, com quem conversei bastante a respeito, e também de algumas pessoas da própria Anistia. Muitos artistas foram convidados, se interessaram, mas não puderam participar por causa de suas agendas. Os que aceitaram e puderam estão lá”, conta.
Rennó acredita que a relevância do clipe se dá também por ocorrer em um momento difícil que o Brasil enfrenta. “São muitas conquistas e direitos negados, e pior: de muita pouca luz à vista. E não só o presente é mau, mas as perspectivas são igualmente más”, critica. O letrista, que acumula em seu currículo músicas interpretadas por Tetê Espíndola, Lenine, João Bosco, Gilberto Gil e Rita Lee, revela que a inspiração para escrever surge do que ele observa da realidade do país. “De 20 anos para cá, esses elementos foram servindo mais e mais de interesse pessoal e artístico em minha vida e em meu trabalho poético-musical”, conclui.
Nos oito minutos do clipe Manifestação, dirigido por João Wainer e Fábio Braga, imagens em preto e branco dos artistas em estúdio são intercaladas com cenas reais de protestos e do cotidiano. Para a diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck, “a letra da música descreve graves violações de direitos humanos, como a violência que sofrem as populações negra, indígena, quilombola, LGBTI, bem como refugiados, mulheres e pessoas que vivem em favelas e periferias”.
Assista ao clipe:
*Diário de Pernambuco