Em relatório destinado à agência que controla as bolsas de valores nos Estados Unidos, no final de maio, a Vale informou que a exaustão das minas de Itabira se dará em dez anos. O documento, intitulado F-20, é uma exigência da Segurities and Exchange Comission (SEC) a todas as empresas estrangeiras com ações negociadas nas bolsas de valores americanas. Ele traz um panorama de cada um dos negócios da Vale, apresentando os resultados financeiros e operacionais, fatores de risco e andamento dos investimentos e projetos da mineradora que completou 76 anos neste dia 1º de junho.
Na parte em que cita suas reservas no Brasil e no mundo, a Vale informa que as minas de Itabira em atividade (Cauê e Conceição/foto) começaram em 1957 e têm previsão de exaustão em 2028. Entre as operações da empresa no país, são as que têm cronograma mais imediato para chegarem ao fim. As minas de Itabirito em atividade desde 1942, têm previsão para se exaurirem em 2118.
Em abril o presidente da mineradora, Fabio Schvartsman já indicava a tendência de que as minas de Minas Gerais ficassem em segundo plano, com as atenções se voltando paulatinamente para a produção no norte do país, especialmente para o projeto de Canaã dos Carajás, no Pará. A exaustão das minas não significaria a saída da Vale de Itabira, mas representaria um impacto gigantesco nas contas da prefeitura.
O fato de não extrair minério de ferro tiraria do município o grosso da Compensação Financeira por Exploração de Recursos Minerais (Cfem), segunda maior fonte arrecadadora, atrás apenas do ICMS. No ano passado o imposto arrecadou R$ 83,5 milhões dos quase R$ 400 milhões que passaram pelos cofres da prefeitura. Este ano a arrecadação do Cfem já atinge R$ 55,8 milhões, por causa da mudança na alíquota do royalty da mineração, que passou de 2% para a produção bruta para 3,5% para a produção líquida.