Para mostrar a montanha russa do Campeonato Brasileiro, o Atlético tinha nas mãos, neste domingo, contra o Fluminense, na Arena Independência, a chance de chegar, até mesmo à segunda posição no torneio, bem perto da liderança que foi ocupada nas primeiras rodadas.
A queda técnica de poucas semanas atrás fez a posição mais alta na tabela despencar e uma desconfiança, que já havia aparecido em outros momentos da temporada, ressurgir. Ocupar um posto de destaque na classificação certamente seria uma ótima forma de apaziguar os ânimos da torcida, que tem visto altos e baixos perdurarem na temporada, dentro e fora de casa.
Assim como já havia acontecido em outros momentos do ano, o Atlético não soube segurar o placar quando esteve na frente. Menos mal que uma atuação mais consistente no segundo tempo fez a diferença. O destaque ficou por conta de Róger Guedes, que anotou dois gols e viu a torcida clamar pela sua permanência. Contra o Ceará, na quarta-feira, ele pode se despedir do Atlético para deixar muitas saudades.
Primeiro tempo movimentado e cheio de emoção
Tentando pressionar desde o começo, os alvinegros pecavam no penúltimo toque, precipitando o momento decisivo das jogadas. O Fluminense, na sua, se fechava bem com proposta clara de sair no contra-ataque. Errando além da conta nas trocas de passes, o Atlético permitia que o Fluminense gostasse do jogo.
Os visitantes chegavam bem e encontravam espaços. Foi em um deles que o placar foi aberto. Em bola aérea após escanteio, aos 28min, Gilberto subiu mais alto para converter com o ombro. O tom de apreensão que apareceu no Horto logo foi apagado, em seguida, com o empate de Leonardo Silva, aos 34min, instantes depois de uma bola no travessão tricolor.
O ‘time da virada’ exaltado pela torcida no empate pode ter inspirado Róger Guedes a colocar a bola no ângulo do goleiro Júlio César, aos 45min, em belo chute da entrada da área. O que poderia ter sido um primeiro tempo de comemoração ficou pelo caminho com falha de Patric no último lance da etapa. Sem afastar cruzamento, ele teve participação decisiva para que Pedro colocasse tudo igual, jogando um banho de água gelada na torcida.
Gol de argentino traz alívio no segundo tempo
Os sustos que a defesa atleticana insiste em dar na sua torcida apareceram com poucos minutos de bola rolando na etapa complementar. Finalização de Pedro triscou a trave, fazendo os locais respirarem aliviados. A paciência da torcida, que se esgotava a cada minuto, ganhou sobrevida com a entrada de Luan no lugar de um apagado Cazares.
Mantido em campo quando muitos poderiam achar que ele seria o substituído, Tomás Andrade fez valer sua permanência com gol em batida seca de fora da área, recolocando o Atlético na frente. O alívio se misturava com a dúvida sobre se o time conseguiria evitar o empate. Como o sofrimento faz parte da grande maioria dos jogos do alvinegro, foi assim durante boa parte do segundo tempo. Um gol de falta de Ricardo Oliveira, perseguido há algum tempo, veio para sacramentar o resultado nos instantes finais, antes de Guedes deixar sua marca com primor.