A Organização Mundial de Saúde (OMS) concedeu nesta segunda-feira (11) ao Paraguai certificado de nação livre da malária. O país é o primeiro das Américas a receber o título desde 1973, quando Cuba foi declarada livre da doença. O documento foi entregue em San José, na Costa Rica, no segundo fórum global anual dos países que eliminaram a malária, promovido pela OMS.
“O Paraguai está oficialmente livre de malária. Conquistas exemplares como essa mostram que é possível. Se a malária puder ser eliminada em um país, ela poderá ser eliminada em todos”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, em comunicado.
Em 2016, a OMS identificou Paraguai como um dos 21 países com potencial de eliminar a malária até 2020. Outros países das Américas que participam do esforço são Belize, Costa Rica, Equador, El Salvador, México e Suriname.
“A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) tem acompanhado o Paraguai na cruzada para eliminar a malária desde o início. Esperamos que outros países logo se unam ao Paraguai na eliminação da doença”, disse Carissa Etienne, diretora da Opas, o Escritório Regional da OMS para as Américas.
De 1950 a 2011, o Paraguai desenvolveu sistematicamente políticas e programas para controlar e eliminar a malária, um dos principais desafios de saúde pública para um país que registrou mais de 80 mil casos da doença nos anos 40 do século 20. Como resultado dessas ações, o último caso de malária no país foi registrado em 2011.
Naquele ano, um plano de cinco anos foi lançado para consolidar os avanços, impedir a restauração de transmissão e se preparar para receber a certificação de eliminação. Atividades focaram no trabalho com as comunidades e educação para que as pessoas estivessem informadas sobre formas de prevenir a transmissão da malária, bem como as opções de diagnóstico e tratamento.
“Receber esta certificação é um reconhecimento de mais de cinco décadas de trabalho duro no Paraguai, de trabalhadores do setor público e das comunidades, que têm contribuído para alcançar a eliminação da malária,” disse o ministro da Saúde paraguaio, Carlos Morínigo. “Alcançar esse objetivo implica enfrentar o desafio de mantê-lo. É por isso que o Paraguai implantou um sólido plano de monitoramento e resposta para evitar que a malária retorne”, destacou.
Em 2016, o Ministério da Saúde do Paraguai lançou uma iniciativa de três anos para melhorar as competências dos profissionais de saúde que prestam atendimento direto à população. Com o apoio do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, o país reforçou a sua capacidade para prevenir, detectar casos suspeitos e diagnosticar a malária com precisão e fornecer tratamento rápido. Essas estratégias foram usadas para enfrentar a ameaça de importação contínua de malária de países com endemicidade das Américas e da África Subsaariana.
Segundo a OMS, mais dez países podem eliminar a malária até 2020.