Graças à uma imunoterapia inovadora, desenvolvida pelo Instituto Nacional do Câncer dos EUA, não há mais rastros do câncer no corpo de Judy Perkins, que tinha 49 anos quando foi submetida ao tratamento, garantem os médicos na revista Nature Medicine.
De acordo com o site LAVANGUARDIA, o tratamento consistiu em extrair linfócitos – células de defesa do organismo – de um dos tumores da paciente. A quantidade era pequena para frear o avanço do câncer, então, os médicos multiplicaram os linfócitos em laboratório para obter uma quantidade suficiente.
Os médicos fizeram uma transfusão de 82 milhões de linfócitos – chamados de linfócitos infiltrantes de tumor, TIL, na sigla em inglês – na paciente para que eles atacassem os tumores.
Alena Gos, que trabalha há sete anos na equipe do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, disse que o procedimento “é importante porque demonstra que esta estratégia pode ser eficaz para os chamados tumores frios”, quer dizer, tumores que têm poucas mutações e que eram considerados resistentes à imunoterapia que já existe.
Perkins, que hoje tem 52 anos, faz parte de um ensaio clínico em que serão tratados 200 pacientes até o ano de 2024. É importante lembrar que nem todas as pessoas submetidas ao tratamento responderam da mesma maneira.
“É um tratamento que oferece uma alternativa a pacientes que não tem nenhuma alternativa, mas ainda não está pronto para ser aplicado em grande escala.”
A chave está na seleção dos linfócitos que são cultivados em laboratório para atacar o câncer. Eles são escolhidos pela sua capacidade de reconhecer proteínas específicas das células cancerígenas.
Como essas proteínas são resultado de mutações genéticas específicas de cada tumor, são diferentes para cada paciente. Ou seja, é necessário desenvolver uma imunoterapia específica para cada paciente.
Outros tumores que os médicos esperam conseguir tratar com esse procedimento, além do câncer de mama, são os de ovário, pâncreas e colorretal. (Razões para Acreditar | Foto: P. Ink/Reprodução)