“Si se puede”. O México acreditou no grito de sua torcida. Um time destemido apresentou-se frente à atual campeã mundial Alemanha neste domingo, no estádio Luzhniki, e ao fim da peleja, saiu vencedor. Um triunfo por 1 a 0 que coloca fogo no grupo F da Copa do Mundo e pode colocar justamente os alemães, caso terminem em segundo lugar, no caminho do Brasil nas oitavas de final.
Aplicado taticamente, o time de Juan Carlos Osorio tinha um plano traçado para encarar a Alemanha, um time que anda bem longe do ambiente tranquilo que pairava em terras baianas na Copa de 2014. .Foi possível presenciar um pouco desta oscilação, mesmo que a posse de bola e as finalizações tenham sido amplamente dominadas pelos alemães. Só que lá atrás, no sistema defensivo, cada contra-ataque do México, foi um completo “Deus nos acuda”.
O jogo
Juan Carlos Osorio provavelmente baseou-se no que a Alemanha fez sobre o Brasil há quatro anos para aplicar o famoso nó tático na equipe de Joachim Löw. Um estilo de jogo consciente, muito diferente daquela tradicional retranca para buscar matar o jogo em apenas uma bola. Ao menos foi assim na etapa inicial. O México deu campo para os alemães, e quando teve a oportunidade do contra-ataque mostrou eficiência, levando perigo praticamente em todos os lances da primeira etapa.
A dificuldade em conter a velocidade mexicana foi tamanha que Löw precisou fazer modificações com o jogo em andamento. Do peculiar 4-3-2-1, o time perambulou pelo 4-4-2, com Werner e Müller alternando a responsabilidade de comandar o ataque.
Se o objetivo era tirar a Alemanha da zona de conforto, Osorio assim o fez. Kimmich sofreu com as trocas dos homens de beirada mexicanos. Vela era a referência. Depois de alguns ataques que fizeram o torcedor mexicano guardar preso o grito na garganta, enfim, a finalização precisa. Javier Hernández encontrou Hiriving Lozano na grande área. O camisa 8 teve a tranquilidade para driblar Hummels e chutar no canto de Neuer.
Um tanto quanto desorganizados, os alemães só assustaram o goleiro Ochoa com uma cobrança de falta cheia de veneno de Toni Kroos. Mas foram os mexicanos que foram para o intervalo aos gritos de olé da torcida.
Poderia ter sido um uma euforia um tanto quanto precoce. Mas, a bem da verdade, desde o início do jogo, os animados mexicanos já estavam a alardear o grito pelo Luzhniki, completamente tomado com mais de 78 mil pessoas.
A segunda etapa seguiu a dinâmica dos primeiros 45 minutos. Com a diferença que a Alemanha avançou suas linhas para tentar chegar ao gol de empate. Reus, que não jogou a Copa do Mundo no Brasil, foi para o campo no lugar de Khedira. Mas Ochoa estava seguro, uma atuação primorosa do goleiro, essencial parea segurar a vitória com um tom de desabafo. Os mexicanos, antes da Copa, viveram momentos turbulentos com o vazamento de notícias das noitadas animadas dos atletas, inclusive com orgias. Mas o time se reagrupo e mostrou toda sua força, derrubando, historicamente, a campeã mundial.
Permanece. Assim como foi em 2014, com a Espanha, a atual campeã mundial não conseguiu estrear com vitória na Copa. A escrita repetiu-se com a Alemanha na Rússia.