A caminhada será longa. Há muito o que corrigir e melhorar. E não dá para colocar na conta do árbitro de vídeo, convenhamos. Ainda preso à jogadas de efeito e da individualidade, o Brasil estreou com um amargo empate em sua 21ª participação em Copa do Mundo, ontem, em Rostov-on-don, diante da Suíça, por 1 a 1, pelo grupo E.
Desde 1982, a seleção brasileira vence seus adversários de estréia. Em 1978, empatou com a Suécia, também por 1 a 1. A marca fica para a história dos primeiros jogos, mas serve mesmo é de alerta para um clima de “tudo certo”, que vinha permeando o trabalho de Tite desde que assumi a seleção, no meio de 2016.
O jogo teve lances polêmicos envolvendo – ou não – o uso do árbitro de vídeo, que a autoridade máxima da partida, o mexicano César Ramos preferiu não acionar. Mas o certo é que, o time brasileiro achou o gol de Philippe Coutinho aos 19 min de jogo e depois do foi acurralar o adversário na segunda metade da partida.
Tida como a mais difícil adversária do grupo, a Suíça não abriria a guarda fácil, arriscando até algumas descidas. Era preciso aquele velho toque de bola brasileiro para fazê-la envolver. Ou apelar para o vacilo alheio. Não dá pra deixar um jogador do talento de Philippe Coutinho, o melhor em campo, solto. Que classe, que perfeição! O chute colocado de fora da área não deu a menor chance a Sommer.
O gol ainda deveria ter jogado por terra a ansiedade, e era tudo o que o técnico Tite queria. Mas os suíços não sentiram o golpe. Pelo contrário. Eles equilibraram a posse de bola, terminando a primeira etapa até melhor, com 51%. Alisson, no entanto, não trabalho.
Para a segunda etapa, a Suíça a postura e, de no lance de bola parada, Steven Zuber empatou de cabeça, aos 4 min. Miranda pediu o empurrão. O telão do estádio reprisou o lance antes de a bola voltar a rolar, mas o árbitro mexicano César Ramos ignorou.
Estava na hora de parar de dar sopa ao azar. Será que dava pra voltar a colocar a bola no chão e jogar? Na tentativa de renovar o combate, Tite sacou Casemiro, amarelado, e Paulinho, dando vez a Fernandinho e Renato Augusto, recuperado de lesão.
O Brasil, aos poucos, se recuperava do susto e ia encontrando as brechas. Gabriel Jesus pediu pênalti aos 27 min. O que custa pedir o árbitro de vídeo? O juiz, de novo, ignorou. O garoto não estava tão bem, então foi lá Firmino, com só uns 15 minutos pra mostrar serviço. Teve pelo menos duas boas chances, assim, como Neymar, nunca cabeça, e Miranda, num arremate já dentro da grande área, e Renato Augusto, numa má pontaria na finalização.