O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reunirá nesta quarta-feira (20) para definir a taxa básica de juros, a Selic. A decisão será anunciada após as 18h.
A expectativa do mercado financeiro é que o Copom mantenha a Selic em 6,5% ao ano, taxa definida em março e mantida em maio.
A taxa é a menor da série histórica e chegou a este patamar após 12 cortes seguidos.
De acordo com o relatório Focus, divulgado nessa segunda (18) pelo Banco Central, a expectativa das instituições financeiras é que a taxa Selic permaneça em 6,5% até o fim do ano.
Como o BC define a Selic
A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%. O sistema prevê uma margem de tolerância, para mais e para menos. Por isso, a meta é considerada formalmente cumprida pelo Banco Central caso fique entre 3% e 6%.
Normalmente, quando a inflação está alta, o Copom eleva a Selic. Com o aumento da taxa, também sobem os juros cobrados pelos bancos, encarecendo o crédito para as famílias e empresas.
O objetivo da medida é frear o consumo e, consequentemente, a inflação. Por outro lado, isso pode desestimular a economia.
Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo Conselho Monetário, o BC tende a reduzir os juros.
A taxa é mantida quando o Copom identifica o cenário como positivo, mas identifica riscos para o cumprimento da meta de inflação no futuro.
Turbulências
A reunião do Copom acontece em meio a um período de alta volatilidade dos mercados financeiros, o que tem impactado na cotação das moedas ao redor do mundo. Nesta terça-feira, o dólar fechou em alta, a R$ 3,73.
A turbulência nos mercados tem sido fortemente influenciada pelo cenário externo, com a intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos e pelas expectativas em torno do aumento dos juros no país norte-americano. Nesse período, o real tem sofrido forte desvalorização.
Neste contexto, chegou-se a especular um aumento dos juros para conter a disparada do dólar. No entanto, o Banco Central tem reiterado que a política monetária é separada da política de câmbio e que a Selic não será usada para conter a desvalorização do real.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tem afirmado que a definição da taxa de juros observa os efeitos secundários do choque externo. Isto é, o impacto do aumento do dólar nos preços domésticos e, consequentemente, no risco que isso representa para o cumprimento da meta de inflação.