O Uruguai precisou suar mais do que o esperado, mas venceu a Arábia Saudita nesta quarta-feira (20) e definiu a situação do Grupo A da Copa do Mundo com uma rodada de antecedência. Graças à estrela de Luis Suárez, a seleção sul-americana passou pelo adversário com um magro 1 a 0, em Rostov, e se juntou à anfitriã Rússia como já garantidos da chave nas oitavas de final.
Se técnica e taticamente o Uruguai voltou a decepcionar, como na vitória da estreia sobre o Egito, também por 1 a 0, desta vez teve a celebrar mais um gol de Luis Suárez. E este bastante especial. Afinal, o atacante do Barcelona fez sua centésima partida com a camisa da seleção.
Suárez não mostrou a qualidade e o apetite costumeiros, mas aproveitou erro grave do goleiro adversário para marcar o único gol, seu 52.º pela seleção, da qual é o maior artilheiro da história. Além disso, o atacante se tornou o primeiro uruguaio da história a marcar em três Copas diferentes, repetindo o que havia feito em 2010, na África do Sul, e em 2014, no Brasil.
Os números de Suárez só não mascaram a nova atuação decepcionante do Uruguai, mas que se provou eficiente. Com dois gols marcados e nenhum sofrido em dois jogos, a seleção tem seis pontos no Grupo A e está garantida nas oitavas. Diante da Rússia na última rodada, segunda-feira, em Samara, precisa da vitória para passar como líder da chave. No mesmo dia, em Volgogrado, Egito e Arábia se enfrentam no duelo de eliminados.
Já no começo, o jogo desta quarta não aconteceu da forma que a torcida uruguaia esperava. Carlos Sánchez e Cristian Rodríguez, escalados nas vagas de Arrascaeta e Nández, eram pouco mais participativos do que seus antecessores foram na estreia, o que fez com que o Uruguai seguisse insistindo na ligação direta. Para piorar, a defesa cedia alguns espaços, principalmente pelo lado esquerdo, que a Arábia só não aproveitava por causa de sua baixa qualidade técnica.
Aos poucos, porém, Sánchez e Rodríguez encontraram terreno nas costas dos laterais. E em uma destas investidas, Rodríguez conseguiu o escanteio que originaria o primeiro gol uruguaio. Sánchez cobrou, o goleiro Alowais errou de forma crassa, e Suárez aproveitou na pequena área para empurrar para a rede, aos 22 minutos.
Parecia o necessário para que o Uruguai finalmente exercesse sua superioridade. Quando Cavani foi acionado na área apenas dois minutos mais tarde, e só não marcou porque acabou travado na hora certa, o esperado “passeio” ficou mais próximo da realidade. Mas parou aí. O time voltou a cometer os mesmos erros na saída de bola, a Arábia ganhou o campo de ataque e, mais uma vez, só não incomodou porque esbarrou nas próprias pernas.
Logo na volta para o segundo tempo, Suárez levou perigo em cobrança de falta, mas rapidamente o jogo caiu no marasmo da etapa inicial e as falhas voltaram a ser apresentadas. O técnico Óscar Tabárez tentou resolver o problema do distanciamento entre volantes e meias com as entradas de Lucas Torreira e Laxalt nas vagas de Vecino e Rodríguez, respectivamente.
As mudanças pouco melhoraram a equipe. Suárez tentava algo de diferente ao buscar jogo na intermediária, mas as chegadas uruguaias se limitavam aos cruzamentos para a área e os chutes de longe. Em um lance fortuito, a finalização torta de Torreira encontrou a cabeça de Cavani e quase foi para a rede, aos 34 minutos. O mesmo Cavani brigou aos 40 minutos e ficou livre na área, mas bateu em cima do goleiro no último momento de perigo da partida.