O Tempo
A interlocutores, o senador Aécio Neves (PSDB) tem dito que está reavaliando se ficará fora da corrida eleitoral deste ano e já começa a mostrar que está inclinado a tentar a reeleição. Se for confirmado que ele vai para a disputa, os mineiros podem ver a reedição do segundo turno da eleição presidencial de 2014, quando o tucano e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) protagonizaram ataques políticos e pessoais. Na época, a petista, que anunciou nessa quinta-feira (28) que vai concorrer ao Senado por Minas Gerais, desbancou Aécio e foi eleita.
Dessa vez, porém, duas cadeiras ao Senado estão em jogo. E, se eleitos, a petista e o tucano poderão ser colegas de bancada em Brasília. Pessoas próximas dele contaram à reportagem que Aécio está “animado” a ser candidato a senador. A análise é que ele apresenta bons números em pesquisas eleitorais e que o fato de ele ser réu em processos de corrupção vai afetar a candidatura do senador Antonio Anastasia ao governo do Estado, independentemente de ele estar ou não na chapa.
Outra movimentação que tem feito Aécio pensar se vai concorrer à reeleição é justamente a chegada de Dilma para a eleição ao Senado. Os tucanos entendem que pode ocorrer uma polarização entre PT e PSDB, e isso poderia garantir a reeleição do senador. “São lados extremos e opostos. Quem vota em um não vota no outro. É uma ótima opção para o Aécio, e, por isso, tem avaliado, já que a imagem dele está desgastando a de Anastasia de qualquer forma”, revelou um parlamentar à reportagem.
Espaço. Resta uma vaga na chapa de Anastasia. Ele escolheu o deputado federal Marcos Montes (PSD) como vice e o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) Dinis Pinheiro (Solidariedade) para concorrer a uma vaga de senador. “A primeira pessoa a ser ouvida sobre essa vaga vai ser o Aécio, que ocupa uma cadeira e está com bons números (na pesquisa). A posição dele vai ser fundamental no processo, assim como questões nacionais. Cabe a ele escolher ser candidato ou não”, contou um interlocutor.
Questionado se o ex-governador vai ou não tentar a reeleição, o presidente do PSDB e deputado federal, Domingos Sávio, disse que a melhor pessoa para responder isso é o próprio Aécio. “Candidatura é uma coisa muito pessoal. É claro que existem os partidos, as alianças, mas o primeiro aspecto é o pessoal. O que percebemos no Aécio, desde o primeiro momento em que ele manifestou, é que o prioritário para o PSDB naquele momento era concentrar o foco na eleição do governador”, afirmou.
Antes dessa inclinação de Aécio, já era dado como certo que o jornalista Carlos Viana ocuparia a primeira vaga na disputa pelo Senado na chapa tucana. No partido dele, o PHS, ainda há quem crave que esse anúncio vai ocorrer dentro de duas semanas, já que a negociação com o Anastasia está em fase final. O entendimento é que ele teria cacife suficiente para disputar com Dilma, tornar a chapa do PSDB competitiva e vencer o pleito.
Cadeira. No ninho tucano também não é descartada a possibilidade de o senador Aécio Neves tentar uma vaga na Câmara dos Deputados. Contudo, essa hipótese perdeu força entre os políticos.
Conversas. Quem também está na corrida pelo Senado é a deputada federal Jô Moraes (PCdoB). Ainda não se sabe, no entanto, em que chapa ela deve concorrer ao pleito.
Possibilidades. Com a ex-presidente Dilma Rousseff sendo anunciada como pré-candidata ao Senado, resta uma cadeira no bloco do PT. Mas Jô Moraes também foi convidada a integrar a chapa do ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, que é pré-candidato ao comando do Estado pelo PSB.