O arcebispo australiano Philip Wilson, o mais alto representante católico condenado por crimes relacionados à pedofilia, vai recorrer da sentença de 12 meses de reclusão. Wilson, de 67 anos, anunciou nessa quarta-feira (4) que recorrerá da sentença instituída pelo juiz Robert Stone e não renunciará ao seu posto de arcebispo de Adelaide, do qual está afastado devido ao julgamento.
As autoridades políticas australianas, como o primeiro-ministro Malcolm Turnbull e o líder da oposição Bill Shorten, pressionam o religioso para renunciar.
“Estou ciente dos pedidos para que eu renuncie, porém, sou livre para exercitar os meus direitos legais e entrar com recursos previstos em lei. Não pretendo renunciar neste momento. Mas, se minha apelação não tiver sucesso, oferecerei imediatamente minha renúncia à Santa Sé”, disse.
A arquidiocese de Adelaide não tem poder de remover Wilson do cargo, atitude que compete somente ao papa Francisco. Wilson foi condenado a 12 meses de reclusão na última terça-feira (3) sob acusação de ter encoberto denúncias de pedofilia de abusos cometidos em 1970 pelo sacerdote James Fletcher, já morto. Stones determinou os 12 meses de reclusão, mas ainda não decidiu se Wilson cumprirá pena domiciliar ou em centro alternativo de detenção. Uma audiência marcada para 14 de agosto deve resolver a questão.