Allez Les Blues, a Copa do Mundo é da França. Fria e explosiva, com mais fôlego e amparado pela novidade tecnológica, a geração de Mbappé, Pogba, Kanté, Griezmann e companhia, fez 4 a 2 sobre a Croácia, nestedomingo, no estádio Luzhniki, em Moscou, para se tornar bicampeão mundial em 20 anos de intervalo.
O primeiro título veio em 1998, quando Didier Deschamps ergueu a taça naquela vitória sobre o Brasil, no Stade de France. Desta vez, ele foi o comandante francês, igualando os feitos de Franz Beckenbauer e Zagallo, campeões como jogadores e treinadores. Brava e com um futebol envolvente, a Croácia, de Modric, Perisic, Mandzukic e companheiros, não consegue entrar para o grupo de campeões mundiais.
A França, por sua vez, chega ao bi, se igualando à Argentina e ao Uruguai. Se nas últimas três finais de Copa tivemos prorrogações e até pênaltis, desde vez, a chuva de gols no tempo normal matou qualquer faminto. Desde 1958, quando o Brasil aplicou 5 a 2 na Suécia, não tínhamos tantas bolas na rede em finalíssimas – em 1966, a Inglaterra foi campeã com um 4 a 2 sobre a Alemanha, mas precisou da prorrogação pra isso.
Neste domingo, para um público de 78 mil torcedores, com representantes de dezenas de nações, o jogo se desenhou estudado, mas logo virou um duelo cheio de lances inusitado e polêmico. Mesmo cansada depois de três prorrogações seguidas, a Croácia foi quem tomou a iniciativa. Mas olha a ironia. Na primeira bola levantada pela França, Mandzukic, numa infelicidade, tocou para as próprias redes aos 17 min. Foi o 12º gol contra da Copa, um recorde em toda a história. Foi também o primeiro gol contra marcado em uma decisão de Mundial
Mas antes, pausa para a reflexão. Griezmann teria cavado a falta que originou o lance? Cabe discussão e a interpretação foi do árbitro Nestor Pitana. Mas a reação croata até que veio rápida. Aos 27 min, Perisic, num lindo chute, deixou tudo igual.
Mas a primeira Copa do VAR tinha que ter VAR na final. Em um lance que gerou dúvida e assim será para todo o sempre, o argentino do apito resolveu dar o pênalti no desvio de Perisic com o braço na área. Griezmann, que não tinha nada com isso, não perdoou e recolocou os franceses à frente, aos 38 min. Desde 1974, um primeiro tempo de final não tinha tantos gols.
Pelo volume de jogo croata, o resultado era injusto. A segunda etapa começou tão quente como terminou a primeira, com a Croácia na pressão, mas aberta para os contra-golpes. Não deu outra: Pogba precisou de duas tentativas, mas mandou para as redes: 3 a 1, aos 13 min. Daí, o time de Dálic pregou e, como quem não quer nada, viu Mbappé, um dos nomes da Copa, ninguém tão jovem quanto Pelé, fez o quarto, aos 19 min.
Com 4 a 1 no placar, tudo parecia resolvido, mas com a trabalhada de Lloris ao tentar o drible na área, a Croácia descontou com Mandzukic, aos 23 min. Sem querer, ele agora é o primeiro da história a fazer um a favor e um contra numa decisão. Ainda havia tempo, mas o gás estava pouco e o estádio ficou pequeno para tamanha festa francesa.