Gizmodo
Tem sido um baita de um mês para entusiastas de arqueologia, depois de um sarcófago de dois mil anos de idade ter sido descoberto em Alexandria, no Egito, em primeiro de julho. Ninguém sabia o que havia dentro dele, mas alguns temiam que o caixão de granito preto pudesse ser amaldiçoado. Esses medos chegaram ao fim nesta quinta-feira (19), quando o sarcófago finalmente foi aberto. E estava cheio de ossos humanos e água residual.
Mais especificamente, arqueólogos do ministério de Antiguidades do Egito encontraram três esqueletos masculinos em um tanque marrom-avermelhado. O ministério acredita que os homens ali sepultados podem ter sido guerreiros, já que um dos crânios apresentava sinais de uma lesão causada por uma flecha.
O lodo, acreditam, entrou no sarcófago a partir de uma calha de esgoto próxima. Não havia sinais imediatos de alguma maldição, embora talvez fosse só o cheiro que havia gerado os temores.
Para os detetivões da internet, descobrir o conteúdo verdadeiro do misterioso sarcófago pode ser uma decepção. Considerando que ele não havia sido mexido em milhares de anos, muitos acreditavam que o local de enterro tinha algum tipo de maldição e que, ao abri-lo, um cenário apocalíptico poderia se soltar, como aquele retratado em O Retorno da Múmia, filme de 2001 com Dwayne Johnson, Brendan Frasier e Rachel Weisz.
Afinal, uma escultura de alabastro grotesca da cabeça de um homem também foi encontrada perto do túmulo. Alguns até pensaram que o sarcófago pudesse conter o corpo de Alexandre, o Grande, cuja sepultura nunca foi encontrada.
Porém, o sarcófago não continha nada disso. Não havia maldição alguma, nenhum cenário apocalíptico, nenhum Alexandre, o Grande. Só um monte de ossos humanos encharcados de água residual.
Mesmo assim, os esqueletos serão enviados ao Museu Nacional de Alexandria para serem estudados. O ministério de Antiguidades também levantará o sarcófago do chão e o levará para o Museu Militar do Egito.
Quanto aos entusiastas de arqueologia da internet, que perderam mais uma chance de testemunhar algum tipo de invasão espiritual que mudaria o mundo ou, melhor, a descoberta de um antigo artefato egípcio que na verdade fosse um portal para um mundo paralelo em outra galáxia, como no clássico sci-fi de 1994 Stargate — bom, esse pessoal terá que esperar até o próximo artefato misterioso surgir.