Minas Gerais, que já tem a menor taxa de fecundidade do país, deverá continuar como o Estado onde as mulheres têm menos filhos até 2030, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Como resultado, a população do Estado deverá começar a encolher oito anos antes que a média nacional.
Atualmente, a taxa de fertilidade das mineiras gira em torno de 1,62. Ou seja, a média de filhos por mulher em idade reprodutiva é inferior a duas crianças, segundo a “Projeção da População”, pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira (25) pelo IBGE com a revisão dos dados demográficos do país. Até 2030, o indicador deverá cair para 1,60 no Estado. No Brasil, passará dos atuais 1,77 para 1,72.
Segundo o instituto, o esperado é que nasçam 270.645 bebês em Minas neste ano. Em 2.035, são esperados 235.673, o equivalente a uma queda de 12%. São 35 mil crianças a menos no período. Para o demógrafo da coordenação de população e indicadores sociais do IBGE, Márcio Minamiguchi, uma das explicações para o fenômeno é a maternidade tardia. “Os números mostram uma tendência forte do envelhecimento da fecundidade. Se a mulher engravida mais tarde, tende a ter menos filhos”, explica.
Ainda segundo ele, vários fatores podem interferir nessa escolha. Foco na carreira, dificuldade de acesso a creches para deixar os filhos durante o tempo que estiver no trabalho e situação financeira são algumas questões que pesam nessa decisão. Em 2016, por exemplo, houve uma queda nos partos a nível nacional atribuída pela pesquisa ao receio da população quanto ao surto de Zika vírus.
Com menos crianças no Estado, o primeiro impacto é redução no número de habitantes. Pelos próximos 22 anos, Minas Gerais deverá seguir em uma curva crescente da população. Mas, em 2040, o cenário deverá inverter passando de 22,478 milhões pessoas para 22,473 milhões. Depois disso, a tendência é o encolhimento anual até chegar a 21,160 milhões, segundo o instituto.