Estadão | Fotos: Arteris
Um bebê do sexo feminino nasceu em meio a um acidente automobilístico em que a barriga de sua mãe gestante foi atingida pela carga de um caminhão, na tarde desta quinta-feira, 26, na Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Cajati, interior de São Paulo. A criança foi resgatada em meio às vísceras da mãe, atingida pela carga de pranchas de madeira processada do caminhão.
O médico que atendeu o bebê na rodovia e os profissionais de saúde que receberam a criança no hospital falam sobre a baixa possibilidade de a criança ter escapado de também ser uma vítima do acidente. Na tarde desta sexta-feira, 27, a bebê permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Regional de Pariquera-Açu, mas em bom estado de saúde. Sua mãe ainda não tinha sido identificada.
A mulher, em gestação adiantada, viajava de carona com o motorista do caminhão, no sentido Curitiba-São Paulo, quando o veículo capotou. A gestante foi projetada para fora da cabine e acabou esmagada pela carga. O médico que atende a concessionária da rodovia, Elton Fernando Barbosa, ainda se emociona quando conta o que viu quando chegou ao local. “Era um acidente grave e havia relato de uma pessoa morta. Ao chegar, vi que o motorista estava ferido, mas era atendido pela equipe básica. Segui em busca da vítima fatal que estava sob a madeira, quando ouvi um choro de bebê. Foi uma apreensão total, pois não havia relato de outra vítima.”
Ele conta que, ao remover parte da madeira, encontrou o corpo da mulher bastante ferido, mas o bebê chorava em meio ao sangue. Rapidamente, ele liberou o corpo, cortou o cordão umbilical e providenciou a condução da criança, de ambulância, ao hospital. “Ela estava perfeita, saudável, sem um arranhão. Podemos classificar que, naquelas circunstâncias, foi realmente um milagre ela ter sobrevivido.”
O motorista Jonathan Ferreira também foi levado ao hospital de Pariquera-Açu. Ele disse aos socorristas que não conhece a mulher e apenas havia dado carona a ela. Nesta sexta, o corpo da mãe do bebê permanecia no Instituto Médico Legal (IML) de Registro à espera de identificação e de que algum familiar fosse localizado. Se nenhum parente se apresentar, o Conselho Tutelar de Pariquera-Açu vai encaminhar o caso à Justiça, que decidirá o destino da criança.