BBC Brasil
A polícia do Estado do Novo México, nos Estados Unidos, resgatou 11 crianças que estavam desnutridas e submetidas a condições degradantes de vida em uma espécie de barraco improvisado no meio do deserto.
De acordo com informações do chefe da polícia local, as crianças têm idades entre 1 e 15 anos, não usavam sapatos, vestiam roupas velhas e sujas e “pareciam refugiadas do Terceiro Mundo”. Elas foram encontradas na sexta-feira, dia 4.
Cinco adultos que estavam no local, incluindo dois homens fortemente armados, foram detidos.
Pedido de socorro
A polícia fez buscas no local após receber uma mensagem dizendo: “Estamos famintos e precisamos de comida e água”.
Até a publicação desta reportagem não estava claro como e por que o grupo foi parar na área, localizada nas proximidades da comunidade de Amalia, no Novo México.
A polícia descreveu o local em que viviam como um trailer semienterrado coberto de plástico, sem água corrente ou eletricidade.
O chefe de polícia do condado de Taos, Jerry Hogrefe, disse em entrevista à ABC News que as crianças estavam com fome, com sede e imundas.
“Sou policial há 30 anos e nunca vi nada assim. É inacreditável”, disse ele.
“As crianças estavam tão magras que dava para ver as costelas. Estavam com a higiene precária e muito assustadas”, complementou Hogrefe. “Demos a elas a água e o lanche que tínhamos. Elas estavam nas condições de vida e pobreza mais tristes que eu já vi.”
Não foi encontrada água limpa no local, e a única comida disponível eram algumas batatas e uma caixa de arroz, segundo a polícia.
Dois homens armados, Siraj Wahhaj e Lucan Morton, foram presos no local e devem responder por várias acusações de abuso infantil.
Três mulheres, que acredita-se serem as mães das 11 encontradas no local, foram detidas para interrogatório, mas liberadas em seguida.
Hogrefe disse à ABC que, aparentemente, as mulheres e crianças “sofreram lavagem cerebral e se sentiam bastante intimidadas pelos homens que controlavam as instalações”.
As 11 crianças receberam atendimento médico e foram colocadas sob a guarda de serviços sociais locais.
Wahhaj era procurado por suspeita de raptar o filho de três anos, mas o menino não estava em meio ao grupo encontrado no acampamento, segundo informações da mídia norte-americana. Foi a busca pelo menino que levou às prisões na sexta-feira.
A polícia disse que estava ciente do acampamento há algum tempo, mas que teve de esperar por um mandado de busca antes de entrar, já que os ocupantes “provavelmente estariam fortemente armados e eram considerados extremistas da religião muçulmana”.
De acordo com a polícia, Wahhaj estava fortemente armado com um fuzil AR-15 e quatro pistolas quando foi encontrado.