O tipo de cueca usada pelos homens pode ajudar na qualidade do esperma produzido, segundo pesquisa da universidade de Harvard. Os investigadores constataram que homens que vestem com mais frequência cuecas folgadas têm concentrações maiores de espermatozoides. Para os autores do estudo, publicado na revista Human Reproduction, a descoberta sugere que uma estratégia simples pode ajudar casais que querem engravidar.
Os pesquisadores coletaram informações e amostras do sêmen de 659 homens que faziam parte de casais em busca de tratamento em um centro de fertilidade. Os homens, que tinham entre 32 e 39 anos, responderam a um questionário que incluía perguntas sobre o estilo de roupa íntima usado nos três meses anteriores. Entre os participantes, 53% relataram que, geralmente, vestiam cuecas mais folgadas, que os brasileiros costumam chamar de samba-canção.
A análise das amostras de sêmen mostrou que esses voluntários tinham 25% mais espermatozoides, quando comparados aos participantes que usaram vestimenta íntimas mais justas. Além disso, a análise de amostras de sangue – coletadas de 304 participantes – revelou que os adeptos da samba-canção apresentavam taxas de hormônio folículo estimulante (FSH) 14% menor, também comparados aos outros voluntários. O FSH está associado à produção de espermatozoides e sinaliza ao cérebro quando intensificar a produção do esperma.
Mudança simples
Segundo os cientistas, a combinação dos resultados – baixa taxa do hormônio FSH e alta concentração de espermatozoides – faz sentido. Isso porque uma quantidade alta da célula de reprodução masculina dispensa a necessidade de sinais neurais para aumentar a produção delas. “Esses resultados apontam para uma mudança relativamente fácil que os homens podem fazer quando eles e suas parceiras estão tentando engravidar”, diz Lidia Mínguez-Alarcón, principal autora e pesquisadora da Universidade de Harvard.
“Nosso estudo fornece evidências, pela primeira vez, de que uma escolha de estilo de vida aparentemente aleatória pode ter impactos profundos na produção de hormônios em homens tanto no testículo quanto no cérebro”, ressalta Jorge Chavarro, autor do estudo e professor-associado de nutrição e epidemiologia da universidade americana.