Em tarde que teve a estreia do uniforme 3 do time, o da camisa cinza, escalação alternativa e a entrada do volante Henrique no rol dos dez atletas que mais atuaram pelo clube celeste na história, o Cruzeiro foi derrotado pelo Flamengo por 1 a 0, ontem, no Maracanã. Ao contrário do que aconteceu na quarta-feira, no jogo de ida das oitavas da Libertadores, quando os mineiros dominaram o adversário no mesmo palco, dessa vez as ações foram mais equilibradas, apesar de grande vantagem dos cariocas na primeira etapa.
A equipe de Mano Menezes chegou ao quarto jogo seguido sem vitória no Brasileirão e, agora, vira a chave para a decisão contra o Santos, quarta-feira à noite, no Mineirão, no qual tenta confirmar vaga nas semifinais da Copa do Brasil. No final de semana, pega o Bahia pela Série A, também em casa.
Com as linhas avançadas, o Flamengo dominou a primeira etapa, diante de um adversário que tinha dificuldades em vencer a marcação nas saídas de bola. A impressão era de que o Cruzeiro queria cadenciar o jogo, mas o Flamengo não dava espaços. Foi graças a essa pressão que o rubronegro Vitinho chegou com perigo à meta de Rafael logo aos 7 minutos. Ele invadiu a área, pela esquerda, e bateu rasteiro, mas o substituto de Fábio defendeu com tranquilidade.
Os cariocas seguiram com maior posse de bola e, aos 21, foi a vez de Éverton Ribeiro testar o goleiro cruzeirense, batendo também rasteiro. Rafael segurou firme e, na sequência, em bola perdida pelos mineiros no meio de campo, de novo Éverton apareceu. O ex-cruzeirense, fundamental nas campanhas vitoriosas do time em 2013 e 2014, recebeu na entrada da área, matou bonito no peito e enfiou a bola com categoria, no meio da zaga. Henrique Dourado, voltando como titular depois de atuar apenas três minutos após a parada da Copa, venceu a corrida com Manoel e tocou com o bico da chuteira esquerda, no canto, sem chance para Rafael. A bola pegou nas duas traves antes de entrar: 1 a 0.
O Cruzeiro acordou no final da etapa e teve duas boas oportunidades. A primeira foi com Raniel, que recebeu passe de cabeça de Ariel Cabral e tocou de primeira, com perigo, paralelamente ao gol de Diego Alves. Logo depois, em cobrança de escanteio, Henrique, que comemorou seu 442º jogo com a camisa celeste e entrou no top 10 dos atletas que mais vestiram o uniforme profissional, cabeceou firme. Trauco tirou quase em cima da linha.
No segundo tempo, o desenho da partida mudou, com o Cruzeiro tentando se impor diante de um Flamengo mais recuado, buscando armar contragolpes. A partir dos 10 minutos, com as entradas de Thiago Neves e Arrascaeta nas vagas de David e Mancuello, que vinham mal, o time de Mano Menezes ganhou mais qualidade e a partida ficou ainda mais equilibrada. Aos 15, boa trama dos flamenguistas Éverton e Paquetá, pela direita, resultou em cruzamento para Vitinho, mas Manoel tirou.
Dois minutos depois, a resposta: em boa trama de Arrascaeta e Thiago Neves, por pouco Raniel não chegou a tempo de bater para o gol. No lance, o atacante trombou com o goleiro Diego Alves e levou cartão amarelo.
O jogo continuou acirrado, lá e cá, com boas chances para os dois times. Aos 31, porém, o Cruzeiro esteve mais perto do empate: Robinho, que acabara de entrar no lugar de Rafinha, recebeu na direita e cruzpou para a área. Arrascaeta subiu na segunda trave e cabeceou no canto direito de Diego Alves, que caiu e encaixou a bola em cima da linhasalvoua o Flamengo. No quarto de hora final, a partida ficou dramática para os cruzeirenses, que partiam para cima enquanto o Flamengo, visivelmente, preocupava-se em garantir a vitória que o deixaria colado na liderança do Brasileiro. Uma falta já nos acréscimos, batida mal por Raniel, foi a chance derradeira, desperdiçada pela equipe de Mano, que deixou o gramado reclamando do árbitro por ter dado apenas três minutos de tempo extra.