Com autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para começar a campanha hoje, os candidatos ao governo de Minas Gerais se preparam para gastar a sola do sapato com agendas de rua. Para fisgar o eleitorado, entre as temáticas mais presentes na campanha, os postulantes ao Palácio da Liberdade vão explorar desde o bilionário déficit fiscal vigente até investimentos em áreas sociais prioritárias.
Dos principais críticos da gestão fiscal do PT, o senador Antonio Anastasia (PSDB) promete bater nessa tecla durante os 45 dias de campanha. Em uma estimativa própria, o tucano avalia que o déficit do Estado deverá chegar a R$ 20 bilhões — atualmente, esse valor está em R$ 5,6 bilhões. Em suas projeções, o tucano informou que só será possível quitar o déficit no final do primeiro mandato, ou seja, daqui quatro anos, caso ele seja eleito governador.
“O foco da nossa campanha vai ser a reconstrução de Minas. Para que ela possa ser possível vamos precisar muito de toda a sociedade, empresários, trabalhadores, todos unidos para que nosso Estado possa voltar para o rumo do crescimento e do desenvolvimento”, diz o senador.
Alinhado com o empresariado, hoje, no primeiro dia de campanha, Anastasia fará uma visita à fábrica da Suggar Eletrodomésticos, no bairro Olhos D’água. Além disso, o senador está confirmado no debate da TV Band, a partir das 22h.
Fazendo frente direta à campanha tucana, o atual governador Fernando Pimentel (PT) vai tentar focar no que considera pontos fracos dos adversários, fazendo referências, por exemplo, à seguida gestão tucana de Aécio Neves (2003-2010) e Anastasia (2010-2014) em Minas.
Apesar de dizer que “o centro da campanha de Pimentel será levantar recursos para botar o salário dos servidores em dia”, a vice do petista, deputada federal Jô Moraes (PCdoB), admite que a chapa não vai poupar críticas, principalmente, à construção da Cidade Administrativa.
“Nós vamos mostrar a diferença entre investir na Cidade Administrativa e investir em políticas sociais, políticas para assegurar alimentos, por exemplo. Minas sabe em quais condições fiscais Pimentel recebeu o Estado, com um déficit de R$ 7 bilhões”, diz Jô.
A campanha petista vai abdicar de eventos nas ruas hoje para realizar a última reunião preparativa para as ações de corpo a corpo com o eleitorado. À noite, Pimentel está confirmado para o primeiro debate televisivo entre os candidatos.
Correndo por fora, Marcio Lacerda vai aproveitar a boa aprovação como prefeito para ancorar seu discurso, sem poupar críticas à polarização entre PT e PSDB. O pessebista terá seu futuro eleitoral definido hoje, quando está programado para o TSE julgar um recurso impetrado pelo candidato, no qual ele solicita a anulação da convenção nacional do partido, que vetou a candidatura própria ao governo de Minas, em acordo nacional fechado com o PT.
Devido a essa indecisão jurídica, Lacerda não deve ter agenda nas ruas hoje. A assessoria de imprensa do candidato informou que ele vai participar do debate televisivo.