Hoje em Dia
Mesmo tendo ampliado os desembolsos no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2017, com aportes de R$ 10,1 bilhões entre custeio e investimentos nas áreas de Mineração, Logística e Pesquisa Mineral – no ano passado foram R$ 9,82 bilhões– , a Vale registrou queda na produção de minério de ferro em Minas. Foram 90,6 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, contra 99,4 milhões em igual período de 2017.
As atividades da Vale também geraram arrecadação de R$ 676,2 milhões em Minas. Apenas o repasse da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais) para 13 municípios produtores chegou a R$ 187,3 milhões nesse período.
Desativação
A Vale vai iniciar, em agosto, uma nova etapa das obras de fechamento da Mina Águas Claras, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As ações que têm sido implementadas desde 2014 visam descaracterizar a unidade de 2 mil hectares de área, que explorou o minério de ferro entre 1973 e 2002 pela Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), que foi adquirida pela empresa, em 2006.
Do projeto orçado em R$ 650 milhões, R$ 330 milhões serão investidos em obras de contenção das encostas da parte norte da área de exploração, com execução prevista para até 2022. A área tem cerca de 800 metros. Segundo o gerente de Fechamento de Minas da Vale, Alessandro Resende, o objetivo das intervenções é reforçar a estrutura do talude em uma área de 800 metros para garantir que ele fique o mais próximo possível do natural.
“O projeto de fechamento de mina é uma intervenção complexa que, em alguns casos, como ocorreu no Talude do Patrimônio, uma fase já concluída e premiada, importamos e adaptamos uma tecnologia que foi usada nos Alpes Suiços. Também aqui, na Serra do Curral, não se pode alterar o cume da montanha”, explicou. A parte de revegetação será realizada ao final das intervenções.
Um radar foi instalado nas imediações e monitora qualquer movimentação estrutural dos taludes. Com base nos relatórios gerados e interpretados por uma equipe de geotécnicos, é possível detectar riscos ou aumento da erosão ou que que as placas da estrutura se soltem.
Lago
Um dos resultados do fim da operação da mina é que, em 16 anos, formou-se um lago de cor azul escura no meio da área de exploração. No momento, a cava tem 150 metros de profundidade, com 55 mil litros de água potável que demanda apenas a cloração para uso humano. “A mineração também atinge o lençol freático, mas com o fim da operação, o lençol freático se refez e a nossa estimativa é que a água suba ainda 40 metros até 2050”, destacou Alessandro Resende.
Para prevenir a ocorrência de acidentes na Serra do Curral, a Vale vai instalar mais três aspersores de água no cume da montanha, para completar o trecho de 2 metros, na direção do Belvedere. Atualmente, são 16, que cobrem uma área de 1,6 metro.
A partir da próxima semana, devido à temporada de seca, os equipamentos serão ligados três vezes por semana. Na época das chuvas, a rotina é de duas vezes por semana. “Nosso objetivo é prevenir a ocorrência de acidentes nas proximidades que possam atingir a Mata do Jambreiro, que ocupa 920 hectares da área da usina”, frisou.