Pelo menos 1,2 mil venezuelanos cruzaram a fronteira e deixaram o Brasil após o tumulto registrado nesse sábado (18) em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, informou neste domingo (19) a Operação Acolhida, que atende imigrantes que entram no país.
Segundo o comandante da Operação Acolhida, Hilel Zanatta, cerca de 1,2 mil imigrantes deixaram a cidade fronteiriça e retornaram a Venezuela. Parte deles estava no Centro de Triagem, que suspendeu os atendimentos no sábado, mas retomou os trabalhos neste domingo (19).
elo menos 1,2 mil venezuelanos cruzaram a fronteira e deixaram o Brasil após o tumulto registrado nesse sábado (18) em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, informou neste domingo (19) a Operação Acolhida, que atende imigrantes que entram no país.
Segundo o comandante da Operação Acolhida, Hilel Zanatta, cerca de 1,2 mil imigrantes deixaram a cidade fronteiriça e retornaram a Venezuela. Parte deles estava no Centro de Triagem, que suspendeu os atendimentos no sábado, mas retomou os trabalhos neste domingo (19).
O tumulto começou na manhã de sábado após a família do comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, relatar à Polícia Militar que ele havia sido assaltado e agredido por um grupo de venezuelanos. Raimundo está internado em Boa Vista.
Em retaliação, moradores de Pacaraima se organizaram por redes sociais e atacaram acampamentos de venezuelanos. Os locais foram destruídos e queimados.
Venezuelanos reagiram à expulsão atacando carros brasileiros que estavam do lado venezuelano da fronteira, segundo os relatos moradores. O comércio de Pacaraima ficou fechado durante todo o sábado, mas reabriu as portas nesta manhã.
“Eu estava no meio dos confrontos. A gente foi para cima expulsando eles [venezuelanos] até o outro lado da fronteira, e eles revidaram com pedra e paus”, disse o morador Wendel Vale.
Apesar do tumulto e da expulsão de imigrantes, a fronteira permanece aberta. No entanto, há poucos venezuelanos entrando no Brasil e a cidade de Pacaraima amanheceu pacata neste domingo.
A segurança no município, que fica a 215 Km da capital Boa Vista, foi reforçada pela PM e 60 homens da Força Nacional devem chegar à região na segunda. O presidente Michel Temer deve se reunir hoje para avaliar a situação da fronteira.
“Faz tempo que não víamos a cidade tão vazia”, relatou o morador Wendel Vale. “Não há mais venezuelanos nas ruas. Sumiram todos”.
A prefeitura da cidade também confirmou que o município está ‘vazio’, apesar da fronteira seguir aberta. Estima-se que 1 mil moradores participaram do protesto. A BR-174, que liga Boa Vista a cidade ficou bloqueada com pneus e fogo por cinco horas.
“Prefiro morrer de fome na Venezuela com minha família do que ser morto agredido aqui”, afirmou Marido Alexander Pérez, de 38 anos, que estava entre os venezuelanos expulsos da cidade. Ele viveu nas ruas da cidade por quatro meses.
A delegada Geral da Polícia Civil de Roraima, Giuliana Castro, disse em entrevista à Reuters que um grupo de 30 brasileiros que fazia compras na fronteira foi atacado por venezuelanos e precisou ser levado para um abrigo durante o tumulto.
Pacaraima é a porta de entrada para venezuelanos que fogem da crise política, econômica e social no país de origem e entram no Brasil – estima-se que 500 cruzam a fronteira todos os dias. Só em Roraima, 16 mil imigrantes venezuelanos pediram refúgio até junho.
Sem ter para onde ir e dinheiro para seguir viagem, muitos acampavam nas ruas da cidade e os moradores relatavam o aumento da violência, prostituição e insegurança na cidade.
Antes da expulsão dos venezuelanos, a prefeitura estimava que havia 1,5 mil imigrantes em situação de rua na cidade – o equivalente a 22% da população local que é de 15 mil habitantes.