O surto de malária no Espírito Santo deixa os estados da Região Sudeste, inclusive Minas Gerais, em alerta. No estado capixaba, já são 123 casos confirmados da doença. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, em Minas, de janeiro deste ano até o último dia 14 de agosto, são 21 registros de pessoas infectadas com a malária. A secretaria ainda informa que todos os casos foram importados de outros estados.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, conhecido popularmente como mosquito prego. Os sintomas são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A malária grave pode causar prostração, alteração da consciência, falta de ar, convulsões, queda drástica de pressão arterial ou choque e hemorragias.
Segundo o infectologista do Hospital da Baleia Carlos Starling, o tratamento rápido para a malária é importante para evitar a evolução para a forma mais grave. “O diagnóstico e o tratamento rápido da doença são essenciais para que o surto não se espalhe e para que o quadro do paciente não evolua para a forma mais grave. O parasita causador da malária passa pelo fígado, vai para a corrente sanguínea e lesa ou rompe os glóbulos vermelhos, o que provoca a febre alta e calafrios”, explica.
Prevenção
“As pessoas que vivem em regiões de surto da malária devem se prevenir com o uso de repelentes, telar as janelas, evitar exposição nos horários em que o mosquito mais circula, que é início da manhã e fim de tarde. O diagnóstico precoce também é importante, porque, apesar de não possuir vacina contra a doença, existe um tratamento eficaz com o uso de medicamentos para combater o parasita”, alerta Carlos Starling.
O Ministério da Saúde ainda reforça outras maneiras de prevenção da doença, já que o mosquito prego também se reproduz em água parada: fumacê, drenagem de água parada, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do mosquito, aterro sanitário, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.
A malária não é uma doença contagiosa, portanto, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente à outra pessoa. É necessário o mosquito prego para que a doença seja transmitida.