A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal com o objetivo de investigar a construção e o abandono da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) José Cesário Martins Carneiro, no bairro Fênix, construída no governo passado, será prorrogada até o mês de novembro. A informação foi repassada à imprensa pelo autor do pedido que abriu a CPI, vereador André Viana Madeira (Podemos), na tarde desta terça-feira (21) durante a reunião da Câmara Municipal.
De acordo com o vereador, que é vogal na CPI, a decisão em prorrogar a apresentação do relatório final foi tomada devido ao grande volume de documentos que serão analisados e também testemunhas ouvidas. Ao todo, revelou ele, serão 16 pessoas intimadas à comparecer à Câmara Municipal para prestar esclarecimentos a respeito da construção da UPA, que custou aos cofres públicos R$ 4,1 milhões e não foi entregue à comunidade.
“A CPI vai trazer uma revelação muito importante para a cidade e também um aprendizado para obras futuras. O caso desta CPI eu taxaria como um dos mais graves de corrupção dentro do município, nós vamos ver nos momentos posteriores […] A CPI está sendo feita como muita seriedade para que, quando nós entregarmos para os órgãos judiciais, haja embasamento para jurisdicionar o processo sem questionamento. Se uma CPI for mal feita ela perde a validade jurídica. Por isso que é importante que se faça com sapiência, por isso estamos debruçando, está tomando muito o nosso tempo”, destacou o vereador.
Ainda de acordo com André Viana, as testemunhas começaram a ser intimadas e já devem começar a comparecer às oitivas nos próximos dias. Ele preferiu não revelar os nomes, “para não ser antiético”. De acordo com ele, algumas pessoas ainda não receberam o comunicado de comparecimento e “não seria ideal tomarem conhecimento por meio da imprensa”.
Apesar de, à todo momento dizer que o resultado da CPI vai chocar a população, André Viana não revelou detalhes mais precisos. Sem ao menos dizer qual o crime de corrupção foi cometido o vereador deixou um mistério no ar.
“Eu prefiro dizer no momento correto, não vou ser precipitado em dizer que foi desviado [o dinheiro], nem talvez superfaturado, mas estamos trabalhando com números muito bem embasados e vamos apresentar no momento final. Vai chocar!”, afirmou ele.
Memória- A obra é orçada em R$ R$ 4,1 milhões e ainda não foi entregue à comunidade. A arquiteta especialista na área de saúde, Rosângela Maria dos Santos, contratada pela Secretaria Municipal de Saúde atual, detectou diversos problemas na obra, como por exemplo acessibilidade, ar condicionado, rugosidade nas superfícies, nas paredes e nas portas impedem a desinfecção e a descontaminação do ambiente, ausência de ralos nos pisos para escoamento da água, dentre outras irregularidades.