A queda de braço entre Marcio Lacerda e o diretório nacional do PSB, que tenta impedir a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte ao governo de Minas, pode estar perto de um desfecho. Pelo menos é o que entende Lacerda, que aguarda para até amanhã o posicionamento do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação à ação de impugnação imposta pela liderança nacional do partido.
“Continuamos trabalhando na Justiça para validar a nossa candidatura, tanto aqui no TRE-MG quanto no TSE. Estamos aguardando a manifestação desses órgãos entre hoje ou amanhã. Temos confiança que a nossa causa é justa, a Justiça nos dá toda a confiança, no nosso entendimento. Confiamos na Justiça, vamos aguardar e respeitar o resultado”, completou ao falar para uma plateia de empresários durante o Conexão Empresarial.
Lacerda admitiu certo desgaste com a indefi-nição da situação. “No TRE-MG nós entramos desqualificando a ação da chamada direção estadual interventora. Todas as medidas jurídicas que vem sendo tomadas nós confiamos que a Justiça julgará favoravelmente à nossa candidatura. É um pouco estressante essa insegurança, mas faz parte do jogo político”.
Sem plano B
Questionado sobre a possibilidade de assumir outra posição no pleito de outubro, em caso de indeferimento da candidatura ao governo, Lacerda foi enfático e afirmou que não cogita outra opção.
“Não estou raciocinando com essa hipótese (ocupar outra posição na disputa). Continuo entendendo que a nossa candidatura será vitoriosa na Justiça. Nos preocupa um pouco a questão da demora nas decisões, isso pode prejudicar a mobilização”, afirmou.
Candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito, o deputado federal Adalclever Lopes endossou o discurso de Lacerda, mostrando confiança na aprovação da candidatura da chapa.
“Para nós não existe essa posição (Lacerda não conseguir se candidatar). A chapa está registrada. Marcio é o candidato a governador, eu sou candidato a vice, e o deputado Jaime Martins é o candidato ao Senado. Estou muito tranquilo, assim como todos os outros partidos que compõem a chapa conosco”, completou.
Anastasia pretende intensificar políticas públicas para mulheres
Durante um bate-papo realizado ontem com representantes das mulheres da Grande BH, o candidato Antonio Anastasia (PSDB) garantiu que, se eleito, conduzirá políticas públicas voltadas aos interesses femininos e retomará programas de proteção e apoio que foram desenvolvidos no seu antigo governo, de 2010 a 2014.
“Infelizmente, algumas delas foram abandonadas pelo atual governo. Na área da saúde, por exemplo, quando eu fui governador, fizemos um programa muito importante de saúde da mulher, o Mães de Minas, que funcionou muito bem para as mulheres gestantes. Foi um belo programa àquela época. Agora, depois de colocar a casa em ordem, vamos ver se nós teremos condições financeiras de restabelecer esse e outros programas”, afirmou.
Anastasia destacou ainda que pretende intensificar o combate à violência contra as mulheres, reforçar a aplicação da Lei Maria da Penha no Estado e atuar na questão de geração de empregos específicos para as mulheres, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia.
“As mulheres têm um papel relevantíssimo. Além de serem parte importante da força de trabalho, vocês têm também a segunda jornada que nós sabemos que é, muitas vezes, a responsabilidade em casa. Acompanham com mais atenção a educação dos filhos, as questões de saúde. Então as políticas para as mulheres são sempre centrais, nucleares, em qualquer governo”, falou.
Zema avalia que privatizações devem ser feitas com cautela
Mais ponderado que o candidato do partido Novo à Presidência da República, João Amoêdo, o candidato ao governo de Minas pela legenda, Romeu Zema, acredita que as privati-zações trarão benefícios, desde que feitas com cautela e após a retomada do crescimento econômico.
Privatizar agora não é interessante para o Estado porque as empresas estão desvalorizadas. Eu só faria se fosse realmente benéfico para o consumidor, como aconteceu com a privatização da telefonia”, afirma.
A declaração foi dada durante evento ontem na Câmara Americana de Comércio (Amcham), que recebeu Zema para falar sobre as propostas para o empresariado mineiro. Apesar da ponderação, ele se declarou defensor da privatização, assim como Amoêdo. “A gestão privada é superior à pública e dá condições aos governantes de focarem em pontos importantes que realmente dependem do Estado, como saúde, educação e segurança”.
O candidato destacou ainda que, se for eleito, vai cortar cargos e privilégios excedentes no serviço público.