Estado de Minas
Anunciada pelo ex-secretário e candidato ao Senado do PT Miguel Corrêa Jr. como uma medida certa para vigorar até dezembro, a transformação do Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, em um Centro de Inovação tecnológica ainda depende de consulta popular.
A informação é do secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, que confirmou que o pólo de atendimento aos empreendedores é um dos modelos que serão avaliados, mas disse que vai haver uma consulta popular.
“Se a população não foi ouvida para a aplicação desta montanha de dinheiro que foi colocada na Cidade Administrativa, vamos ouvi-la para definirmos o melhor uso para ela. A ideia do governador é constituir uma comissao pública, convidando entidades como instituto dos arquitetos, sociedade mineira de engenheiros, representantes do mercado imobiliário e setor financeiro de investimentos, que possa nos ajudar a criar alternativas de uso a partir de estudos embasados”, afirmou.
Após esta etapa, segundo o secretário, o governo deve fazer um referendo popular digital para ouvir a população “nos moldes do Orçamento Participativo utilizado em gestões anteriores da prefeitura de Belo Horizonte”.
“Este centro de startups pode ser uma das alternativas, mas não tem nada definido” disse.
Segundo o secretário de Planejamento, a Cidade Administrativa custa quase R$ 120 milhões por ano. “A mudança da administração estadual não reduziu em nada os custos, existem muitos órgãos ainda com imóveis alugados no centro da cidade, há um enorme transtorno para os servidores, apesar das mudanças positivas que fizemos nesta gestao em parceria com a BHTrans. Porque não tem transporte de massa e isso onera muito os cofres públicos, que tem alugar ônibus para trazer os servidores da estação Vilarinho”.
Magalhães disse que a mudança não gerou nenhum desenvolvimento regional. “Não tem uma indústria sequer qu veio para o Vetor Norte por causa da Cidade Administrativa. Pelo contrário, houve uma enorme especulação imobiliária e afugentou os antigos moradores desta região”, afirmou.
De acordo com o secretário, o governo de Minas fará um estudo e consultará entidades de setores como arquitetura, engenharia, imobiliário e de investimentos e, a partir do resultado, fará uma espécie de referendo digital para decidir a destinação da Cidade Administrativa.
A Cidade Administrativa é alvo de constantes críticas do governador Fernando Pimentel (PT), que vem reforçando na campanha eleitoral o que chama de uma obra luxuosa e que desperdiçou dinheiro público.
Por ordem de Pimentel, o Palácio Tiradentes, que abrigava o gabinete do governador, foi desativado há cerca de três meses.
De acordo com a Seplag, o Palácio Tiradentes foi fechado totalmente no dia 25 de junho. O prédio “segue com vigilância constante, manutenção predial feita semanalmente e limpeza mensalmente”.
Ainda de acordo com a secretaria, as 150 pessoas que trabalhavam no local foram realocadas com seus respectivos nos seguintes locais: Gabinete Militar do Governador, prédio Minas, Secretaria-geral, prédio Gerais, Seccri (Casa Civil) – Prédio Gerais, e Vice-governadoria, no prédio do BDMG.
Nessa terça-feira (21), Miguel Corrêa anunciou a proposta de “ocupar” os prédios da Cidade Administrativa e do Complexo das Águas de Frutal. “Vamos usar a sede administrativa atual do governo de Minas, aquele prédio que era usado pelo governador do estado, para acolher os empreendedores, tanto da área tecnológica como o vendedor de queijo e a dona de um salão de beleza”, disse.
De acordo com o candidato ao Senado, os prédios construídos nas gestões tucanas não cumprem sua função social de ajudar a população e tornaram mais difícil a vida do servidor público, por isso, devem ser transformadas em um lugar para acolher pequenos e médios empreendedores. “E, se existirem outros prédios públicos sem uso em qualquer cidade, vamos ocupar”, afirmou, prometendo dar a Minas um dos maiores centros de inovação tecnológica possíveis.