Não deu para Adele, Jessie J, Lily Allen ou Amy Winehouse. A inglesa que mais vezes chegou ao topo da parada britânica é Jess Glynne.
O recorde de sete singles número 1 veio com uma fórmula simples, comprovada em um show recente dela em Londres:
- Letras entoadas por mulheres entre 16 e 25 anos como se tivessem sido escritas por elas
- Arranjos simples com três partes bem definidas (verso, ponte e refrão)
- Uma eurodance de sotaque londrino com levíssimas doses de hip hop, soul e pop rock
- Parcerias com nomes da música eletrônica (Clean Banditt, Rudimental, Route 94)
Na América do Norte, a perfomance fica bem aquém da do Reino Unido. Ela só entrou uma vez no top 10, com “Rather Be”. Na outra vez no Hot 100, obteve um pouco comemorado 86º lugar.
“É natural que eu faça mais sucesso no Reino Unido. Eu sou inglesa. Não sei se entendi bem sua pergunta”, responde Jess, em entrevista por telefone. “Mas entendo: preciso fazer shows em outros lugares sem ser Europa, como Ásia e América do Sul”.
A cantora de 28 anos já veio ao Brasil duas vezes: uma para descansar nas férias, outra para gravar clipe. Para show que é bom, nada.
“Nunca tive a chance de ir ao Brasil para cantar. Mas prometo que irei na próxima turnê. E vou levar toda a estrutura, um show completo”.
Rir para não chorar
Em 2015, ela fez uma cirurgia nas cordas vocais. “Foi uma das coisas mais assustadoras da minha vida. Se eu não tivesse minha voz de volta, não sei o que faria”.
Lançado no mesmo ano, seu álbum de estreia “I Cry When I Laugh” emplacou “Hold My Hand” e “Don’t Be So Hard on Yourself”.
No mês passado, passageiros da empresa aérea Jet2 resolveram xingar muito no Twitter: não aguentavam mais ouvir “Hold My Hand”, de Jess Glynne, antes e depois dos voos.
“Nunca tinha ouvido falar dessa história. Meu conselho a eles é que existe uma coisa chamada fone de ouvido”, diz Jess, rindo.
Letras sinceras
“As letras do primeiro álbum faziam mais a cabeça das mulheres. Tudo que escrevo é muito sincero e estava em uma fase que tinha mais a ver com isso. Não sei controlar”.
“O próximo disco será mais para caras também”, adianta. “Always In Between” sai no dia 12 de outubro, com o primeiro single “I’ll Be There” no topo da parada britânica, é claro.
A segunda música lançada do álbum foi “All I Am”, com clipe gravado pelas ruas do Rio. “É uma música sobre amor. Escrevi para meus amigos e para minha família. Você tem que gostar das pessoas pelo que elas são e esperar que elas também façam isso por você”.
As duas têm um quê de soul, o que faz Jess lembrar de sua admiração por Aretha Franklin, que morreu neste mês.