O ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, é interrogado nesta quarta-feira (22) na Operação Unfair Play, desdobramento da Lava Jato no Rio que apura a suposta compra de votos para a cidade sediar a Olimpíada.
Nuzman é acusado de intermediar o pagamento de propina a membros africanos do COI e foi denunciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em outubro do ano passado, chegou a ser preso suspeito de ocultar bens.
Quando foi preso, policiais federais encontraram 16 quilos em barras de ouro na sua casa no Leblon. Duas semanas depois, Nuzman foi solto por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O pagamento teria sido determinado pelo ex-governador Sérgio Cabral e feito pelo empresário Arthur Soares, o Rei Arthur. Os US$ 2 milhões, diz o Ministério Público Federal, foram feitos ao senegalês Lamine Diack, membro do COI que teria repassado parte do valor para outros membros africanos do Comitê.
Cabral, em interrogatório neste mês, disse que via “preconceito racial” dos procuradores na denúncia. Ele nega todos os crimes e seu advogado Rodrigo Roca diz que é “sandice” a possibilidade do governador ter comprado.
De acordo com o Ministério Público Federal, os votos foram comprados para que o Rio ganhasse, com a Rio-2016, o aporte em obras públicas que poderiam gerar propinas aos envolvidos.