Pelo menos 20 casos de malária já foram confirmados em Minas neste ano. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), nenhum dos registros é autóctone, ou seja, contraído dentro do território mineiro. Além desses, mais cinco casos suspeitos da doença, distribuídos nas cidades de Mantena, Conselheiro Pena e Galiléia, são investigados pelo órgão.
O último registro de transmissão autóctone da malária em Minas havia ocorrido no fim de 2016, em áreas de garimpo, na divisa dos municípios de Diamantina com Couto Magalhães de Minas. À época, 23 casos foram contabilizados.
Surto no Espírito Santo
A principal suspeita dos órgãos de saúde é que os pacientes mineiros tenham contraído a doença no Espírito Santo, estado vizinho que já registrou dezenas de casos da malária. “Há um fluxo muito grande na divisa dos dois estados já que há uma área comum da colheita de café nesta época. Isso pode favorecer esse contágio”, explica o subsecretário de saúde da SES, Rodrigo Said.
Prevenção
O alerta sobre novas ocorrências da malária já foi emitido para todas as unidades de saúde do Estado, de acordo com a SES.
Pacientes das regiões limítrofes de Minas com o Espírito Santo já estão sendo atendidos com atenção especial se apresentarem sintomas, como febre aguda acompanhada de cefaléias e calafrios.
Até o momento nenhum dos casos apresentou agravamento e não há mortes registradas.
A doença
A malária é uma doença febril aguda causada por parasitos. Se diagnosticada e tratada corretamente em tempo oportuno (em até 48 horas do início dos primeiros sintomas), tem cura. Das cinco espécies causadoras da malária humana, o Plasmodium falciparum, mais letal, e o Plasmodium vivax são os mais comuns no Brasil.
Em poucos dias de infecção, o Plasmodium falciparum propicia quadro grave. Por isso toda pessoa com um diagnóstico possível de malária deve, de imediato, ser submetida ao exame laboratorial.
O Plasmodium vivax apresenta um quadro de clínico mais brando – como febre, mal estar e dor de cabeça –, mas pode levar a complicações se o paciente não receber o tratamento adequado.
O Brasil apresenta elevada incidência de malária na região da Amazônia Legal, mas um surto vem sendo identificado no Espírito Santo, onde já houve registro de mais de 110 casos.